Economia
Aumento do IOF preocupa o agro e ameaça avanços no financiamento rural
Tributação retroativa encarece o crédito, desestimula estruturas modernas e fragiliza a segurança jurídica no setor.Compartilhe: Clique para compartilhar no Facebook(abre em nova janela) Facebook Clique para compartilhar no WhatsApp(abre em nova janela) WhatsApp Clique para compartilhar no LinkedIn(abre em nova janela) LinkedIn Clique para compartilhar no Telegram(abre em nova janela) Telegram
BATANEWS/O PRESENTE RURAL
O recente aumento do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) sobre operações de crédito acendeu um sinal de alerta no setor agropecuário brasileiro. Com aplicação retroativa, a medida afeta diretamente produtores rurais e empresas do agro que dependem de capital antecipado para custear a produção, gerando impactos econômicos e jurídicos relevantes.
Embora o setor tenha avançado no uso de instrumentos de financiamento mais sofisticados, como os Certificados de Recebíveis do Agronegócio (CRA), Letras de Crédito do Agronegócio (LCA) e os FIAGROs, o custo adicional provocado pelo IOF pode comprometer a atratividade dessas alternativas ao crédito bancário tradicional. “Há um impacto econômico direto e um reflexo jurídico relevante. Por um lado, temos o aumento do custo de captação de recursos; por outro, a insegurança gerada por uma mudança de entendimento posterior, que afeta a credibilidade das operações estruturadas', explica o advogado da área de Agronegócio, Marcelo Winter.
ara ele, essa instabilidade compromete a previsibilidade necessária para decisões de financiamento no campo. O especialista também aponta riscos à competitividade do agro brasileiro no mercado internacional. “Estamos falando de um setor que opera com margens cada vez mais apertadas. Qualquer custo adicional pode inviabilizar operações ou impactar diretamente a rentabilidade dos produtores. E isso acontece em um momento em que o Brasil busca consolidar seu protagonismo no agro global', ressalta.
Outro ponto sensível, segundo Winter, é a ausência de diálogo prévio com o setor produtivo. Ele lembra que, nos últimos anos, houve avanços regulatórios importantes para ampliar o acesso a modelos de financiamento mais modernos e eficientes. “Uma medida tributária repentina e retroativa vai na contramão dessa evolução e fragiliza a credibilidade do ambiente de negócios', expõe.