Justiça
Trump revela acordo com a Otan para fornecer armas à Ucrânia
E promete "grande declaração" sobre a Rússia na segunda-feira
BATANEWS-JOANA RAPOSO SANTOS - REPóRTER DA RTP
O presidente dos Estados Unidos (EUA), Donald Trump, informou nessa quinta-feira (10) que Washington está fornecendo armas à Ucrânia por meio de um acordo com a Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan). Trump prometeu ainda dar uma 'grande declaração' sobre a Rússia na segunda-feira (14). As declarações são dadas no momento em que o republicano tem demonstrado crescente frustração com o líder russo, Vladimir Putin, devido à ausência de progressos no sentido de pôr fim à guerra.
“Penso que terei uma grande declaração para fazer sobre a Rússia na segunda-feira', adiantou Trump à NBC News, sem fornecer detalhes.
O presidente norte-americano mencionou ainda o que disse ser um novo acordo entre os EUA, os aliados da Otan e a Ucrânia sobre o envio de armas pelos Estados Unidos.
“Estamos enviando armas para a Otan, que está pagando 100% por essas armas. Portanto, o que estamos fazendo é que as armas que saem vão para a Otan que, depois, repassa à Ucrânia, que paga por elas. A organização vai reembolsar o custo total dessas armas', afirmou o presidente.
Desde que Trump voltou à Presidência, esta é a primeira vez que sua administração envia armas à Ucrânia, prática frequentemente utilizado pelo seu antecessor, Joe Biden.
De acordo com fontes ouvidas pela agência Reuters, a equipe de Trump irá identificar armas dos stocks americanos para enviar à Ucrânia ao abrigo da Autoridade de Retirada Presidencial, que permite ao presidente recorrer aos stocks de armas para ajudar os aliados numa emergência. Segundo uma das fontes, as armas que Washington irá fornecer podem perfazer um total de cerca de US$ 300 milhões.
Donald Trump já tinha anunciado, na terça-feira (8), que iria enviar mais armas à Ucrânia para ajudar o país país a se defender dos avanços russos.
Lavrov esteve com Rubio
Hoje, o ministro russo dos Negócios Estrangeiros, Sergei Lavrov, disse ter reafirmado, em reunião com o secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, a posição de Vladimir Putin sobre a guerra na Ucrânia.
'Discutimos a Ucrânia. Confirmamos a posição que o presidente Putin definiu, especialmente durante sua conversa com o presidente Trump em 3 de julho', declarou Lavrov aos jornalistas.
O vice-ministro russo dos Negócios Estrangeiros, Sergei Ryabkov, afirmou que uma nova rodada de negociações poderá ocorrer entre a Rússia e os Estados Unidos acerca de 'problemas bilaterais'.
'Sim, pode muito bem acontecer até o final do verão', adiantou, segundo a agência de notícias RIA. 'Mas, é preciso entender como essa questão foi discutida durante a reunião entre Lavrov e Marco Rubio'.
Esta semana tem sido marcada por intensos ataques russos contra a Ucrânia. Na terça-feira, Moscou lançou o maior número de drones desde o início da guerra: 728, dos quais 718 foram abatidos por Kiev.
As autoridades russas informaram nesta sexta-feira que na última madrugada os ataques com drones ucranianos mataram duas pessoas na Rússia e tentaram atingir alvos em Moscou.
A defesa aérea russa interceptou 155 drones ucranianos nesse período, incluindo 11 dirigidos a Moscou, segundo o Ministério da Defesa da Rússia.
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