Lula não vai 'abanar o rabo' como Bolsonaro, diz Haddad sobre relação com Trump

Segundo o ministro, caso ocorra um encontro entre os presidentes, será necessário garantir que o Brasil não passe por constrangimentos diplomáticos

BATANEWS/CARTACAPITAL


O presidente Jair Bolsonaro cumprimentou o chefe da Casa Branca, Donald Trump, na Assembleia de 2019; encontro não dev Foto: Alan Santos/PR

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), afirmou nesta terça-feira 29 que o presidente Lula (PT) deve manter uma postura firme e diplomática nas tratativas para reverter o tarifaço anunciado pelos Estados Unidos. Será, porém, diferente da conduta do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que, segundo Haddad, “se comportava abanando o rabo e falando ‘I love you’' a Donald Trump.

As declarações, concedidas à CNN Brasil, ocorrem a três dias de a taxa de 50% sobre a importação de produtos brasileiros entrar em vigor. “Vocês estão falando da maior potência do mundo, que resolveu virar a mesa. Estamos procurando os canais para trazer para a racionalidade', disse Haddad. “Agora, isso tem de ter um protocolo: você não vai querer que o presidente Lula se comporte como o Bolsonaro.'

De acordo com o chefe da equipe econômica, caso ocorra um encontro entre Lula e Trump, será necessário garantir que o Brasil não passe por constrangimentos diplomáticos.

“Se houver uma reunião entre os presidentes, temos de ter segurança de que não vai acontecer com o presidente Lula o que aconteceu com o [presidente da Ucrânia, Volodymyr] Zelensky, que passou um papelão na Casa Branca. Ou você se dá algum respeito ou vai virar motivo de chacota.'

Até o momento, o Brasil mantém o foco no diálogo diplomático com os Estados Unidos, mas já tem um plano de contingência em andamento para mitigar os impactos da medida, que pode afetar diretamente setores industriais e do agronegócio.

Mais cedo, Haddad afirmou a jornalistas que Lula estaria disposto a conversar diretamente com Trump, desde que haja um acerto diplomático para que a conversa não tenha “subordinação' entre os países. O Itamaraty já enviou duas cartas à Casa Branca com pedidos para discutir o tarifaço, mas ainda não houve retorno, acrescentou o chefe da equipe econômica.