Os detalhes da reunião no motel que fez o São Paulo contratar uma das estrelas do tri da Libertadores

Luizão, autor de um dos gols na final, recebeu dirigentes do Tricolor em local inusitado para negociar contrato; veja outras estratégias usadas pelo clube para montar aquele elenco

BATANEWS/GE


De quantas maneiras é possível contar uma história? Depende muito de quem conta, de quem vai ouvir e também do ponto de vista. Com o passar do tempo, elas se repetem e se reinventam. E por isso é tão difícil encontrar algo novo para relatar sobre o que aconteceu há semanas, meses, anos...

Imagine, então, algo histórico que já completou duas décadas.

É por isso que para celebrar os 20 anos do tricampeonato da Conmebol Libertadores, conquistado pelo São Paulo em julho de 2005, o ge buscou entender como aquele time foi formado, levantando as curiosidades dos bastidores e detalhes peculiares, como uma contratação feita em um motel.

O primeiro capítulo: o motel

A contratação de um dos protagonistas do tri teve capítulos de incerteza, superação e peculiaridades. Da recuperação dos problemas físicos que davam tons de dúvidas sobre o futuro à reunião em um motel que era de um torcedor do Corinthians, Luizão é personagem central de um título inesquecível para o Tricolor. Em números, foram 13 jogos, cinco gols e uma assistência.

Luizão tinha 33 anos. Já havia sido campeão da Copa do Mundo pela seleção brasileira em 2002. Tinha passado por Palmeiras, Corinthians, Vasco, Grêmio, Botafogo... E até ido à Europa. Ou seja, já tinha vivido muito daquilo que um dia planejou. Em 2005, decidiu arriscar. Lesionado, o atacante renunciou a um convite corintiano e a um acerto iminente com o Fluminense.

– O Marco Aurélio Cunha me falou: “É difícil escrever a mesma história no mesmo lugar' – lembra Luizão, citando o dirigente do Tricolor à época.

Ele não queria jogar no Rio de Janeiro e não queria voltar para um lugar que já conhecia, onde já havia feito história. Luizão quis seguir um novo caminho, respirar novos ares, dar chance à novidade. E pouca coisa no futebol ainda era nova para ele.

Depois de deixar o Botafogo numa temporada de apenas 15 jogos, mas nove gols, uma boa média, Luizão via com incerteza o seu futuro. Todas as glórias do passado recente e problemas físicos geravam mais perguntas do que respostas.

Ao fim do Campeonato Brasileiro, o atacante tratava uma lesão na cartilagem do joelho e se recuperava de uma cirurgia no pé no centro de treinamento do São Paulo . Ainda não estava 100%, mas livre no mercado ouviu o que tinham a oferecer.

O São Paulo decidiu falar. O clube vivia um momento importante, mas de apreensão. Sentia ainda uma eliminação dolorida. Na edição anterior, havia caído diante do Once Caldas na semifinal da Libertadores, com um gol aos 45 minutos do segundo tempo do jogo decisivo, na Colômbia.

Ainda sob efeito de um sentimento amargo que custava a passar, o clube estava decidido a montar um time mais forte para brigar pelo tri em 2005. E isso passava diretamente por contratar jogadores mais experientes para rechear com qualidade e vivência o elenco.

As negociações rolaram, o atacante se viu seduzido pelo projeto de ajudar o São Paulo a conquistar seu terceiro título da Libertadores, algo que nenhum outro clube brasileiro havia conseguido àquela altura. Luizão sabia que realmente seria difícil superar os quatro títulos que havia conquistado pelo Corinthians – ainda mais depois das lesões contra as quais lutava.

Por outro lado, o Tricolor não queria perder a chance de contratar o atacante, que era visto como peça fundamental na montagem do elenco que seria campeão em 2005. Em uma tarde, entre uma sessão e outra de tratamento no CT da Barra Funda, o Tricolor decidiu que era a hora de avançar nas conversas.

Numa sala que era usada como restaurante num motel a poucos metros do centro de treinamento do São Paulo, tocou o telefone do atacante. Era um dirigente tricolor querendo se reunir com o jogador naquele momento. O clube não queria deixar o tempo passar para não dar chance ao azar, sabia que havia concorrência e precisava selar um acordo o quanto antes.

Luizão estava mais preocupado com o almoço, relutou em aceitar a reunião num local, digamos, pouco convencional para se discutir futebol, mas cedeu.

O motel Overnight, na Barra Funda, era de Paulinho do Ouro, torcedor e conselheiro do Corinthians e muito amigo de Milton Cruz, auxiliar técnico do São Paulo, e de diversos jogadores, como do próprio Luizão. O local, inclusive, já foi casa por alguns meses do ex-meio-campista e atual comentarista Neto.

Era lá que Luizão estava...

– Eu estava almoçando no motel, não estava com mulher lá, não (risos). Era do nosso amigo Paulinho do Ouro. Eles queiram me convencer – contou, aos risos, o ex-atacante.

Dono do motel vizinho ao CT da Barra Funda, Paulinho separou uma sala para receber a cúpula tricolor, disposta a interromper o almoço de Luizão. Seria ali, num local mais de diversão do que de negócios, que pontos importantes de uma curta e marcante trajetória seriam definidos.

– Não foi nada escondido. De vez em quando, sempre uns amigos iam almoçar lá. Eu tinha uma sala de almoço, onde eu recebia os amigos. Então, marcamos e depois fomos para a sala de reunião. Aí acertamos alguns detalhes ali – lembrou Paulinho.

Poucas conversas depois daquele encontro, São Paulo e Luizão se acertaram. Só precisavam resolver uma outra pendência: a vontade de Emerson Leão. O então técnico tricolor não queria o atacante em seu time, tanto que, no Campeonato Paulista, ele jogou apenas 10 partidas, sete saindo do banco de reservas.

Logo depois de ser campeão estadual em 2005, porém, Leão avisou que tinha “uma dívida de gratidão a pagar no Japão', como foi registrado à época, e deixou o São Paulo em meio à Libertadores.

A explicação, à época, não colou. Foi vista como desculpa pela relação conflituosa, apesar de vitoriosa, que tinha com jogadores e dirigentes. O clima no dia a dia estava longe de ser dos melhores. “Faltava algo', contam pessoas envolvidas naquela conquista.

E foi justamente essa mudança, com a chegada de Paulo Autuori, que deu a Luizão mais espaço no São Paulo. O atacante, que faria um dos gols da vitória por 4 a 0 sobre o Athletico na final da Libertadores, no Morumbi, passou a ser relevante.

– Joguei seis meses, mas parece que foram cinco anos. Cheguei com uma desconfiança muito grande. Graças ao departamento médico, todos foram muito importantes para mim. Não vou nem falar nomes, mas todos foram muito importantes. Foi uma coisa maravilhosa. Eu dei a volta por cima. Todo mundo achava que eu já tinha acabado.

O segundo capítulo: o radar tricolor

O processo de formação daquele elenco não teve apenas Luizão. Ele foi parte de um projeto de construção de um time já forte, que havia ficado muito perto da final da Libertadores de 2004 e precisava de ajustes finos.

Num quadro em uma sala no CT da Barra Funda, Milton Cruz transformava suas ideias e seu olhar apurado em papel importante nos bastidores. Ele estampou o São Paulo daquele ano e desenhou um projeto do que imaginava que poderia ser o São Paulo de 2005. Entre suas funções, estava mapear opções que poderiam reforçar o Tricolor na próxima temporada ou no futuro mais distante. Era uma tradição à época.

Sempre, no meio de cada ano, o São Paulo reunia nomes de jogadores que poderiam ser contratados para as temporadas seguintes sem custo por estarem em fim de contrato ou por encontrarem alguma brecha para se desvincularem gratuitamente de onde estavam. Ou, então, jovens jogadores com potencial.

Em meio ao sonho do tri, foi assim que o Tricolor mais se reforçou no período que antecedeu a conquista sobre o Athletico. Em 2003 e 2004, o clube adquiriu gratuitamente diversos atletas que queriam defender suas cores.

Depois de reunir opções em um quadro, sempre com a ajuda de outras pessoas envolvidas no dia a dia tricolor, Milton Cruz entregava a Juvenal Juvencio, então diretor de futebol, mas com poderes maiores do que esse cargo, um papel com nomes de jogadores que poderiam ser contratados. Possíveis reforços. Entre 2003 e o meio de 2004, alguns papéis que deixaram a sala do auxiliar técnico e foram parar nas mãos do dirigente tricolor ganharam vida para entrar para a eternidade.

O terceiro capítulo: a madrugada italiana

Neles, nomes que talvez nenhum torcedor imaginasse que entrariam tão rapidamente na história do São Paulo. Cicinho, Fabão, Junior, Mineiro, Josué, Danilo e Grafite passaram pelo quadro de Milton Cruz, estiveram nas listas entregues a Juvenal Juvencio e ganharam forma para serem decisivos na conquista do tri da Libertadores – e, mais tarde, do Mundial.

O trabalho do São Paulo para formar o histórico elenco foi minucioso e audacioso. Teve, por exemplo, ligação na madrugada. Em um dia em meio à temporada de 2004, precisando de um lateral-esquerdo, o Tricolor decidiu que iria atrás de Junior. O pentacampeão do mundo pela seleção brasileira estava no Parma, da Itália, mas com futuro incerto.

Com problemas financeiros, os italianos não tinham condições de ficar com Junior. O lateral-esquerdo havia retornado de empréstimo do Siena e sequer havia sido inscrito na Série A, o campeonato italiano, mesmo com mais quase um ano de contrato pela frente. A rescisão era o caminho mais curto para voltar a jogar. E o São Paulo aproveitou.

Em tempos de telefone fixo e pouca tecnologia, se comparado aos dias de hoje, um robusto aparelho com fio em uma casa de Parma, na Itália, tocou às 2 horas da manhã.

– Boa noite! Quem fala? – disse um dirigente tricolor, sem pensar que as recém completadas 21h no Brasil já invadiam a madrugada na Itália, por causa do fuso horário.

Do outro lado da linha, a esposa do lateral-esquerdo avisou que Junior dormia e poderia falar apenas pela manhã, algumas horas depois. A negociação teve final feliz, e o jogador reforçou o São Paulo a tempo de ajudar a equipe a conquistar a vaga na Libertadores do ano seguinte.

O quarto capítulo: do anonimato ao tri

A montagem do elenco tricolor para ser campeão em 2005 teve outro capítulo importante: o “bonde' do Goiás. Fabão, Grafite e Danilo foram os primeiros a deixarem o quadro do CT da Barra Funda para serem contratados, ainda em 2004, com o aval do técnico Cuca. O treinador havia comandado o trio em Goiânia na temporada anterior e apostou que eles poderiam ajudar o São Paulo naquela Libertadores amarga.

Já no ano do tri, Josué se juntou aos ex-companheiros. E ele tinha algo em comum com Danilo, que já estava no Tricolor: ambos só tinham atuado no Goiás até serem contratados pelo São Paulo. Não tinham nenhuma outra experiência e rapidamente assumiram a responsabilidade no time que foi comandado por Cuca, Leão e Paulo Autuori.

O São Paulo apostou, à época, no entrosamento que os ex-companheiros de Goiás tinham para formar a espinha dorsal do time campeão em 2005.

– Sem dúvida, a nossa ideia é essa (copiar o modelo de 2004). Isso facilita a montagem do time, porque são jogadores que já atuam juntos faz algum tempo – disse Juvenal Juvencio, anos depois, quando contratou três jogadores do Fluminense e revelou a estratégia usada para montar a equipe de 2005.

Bem mais perto do Morumbi estava Mineiro. Também sem experiência expressiva, mas boas passagens por Ponte Preta e São Caetano, o volante, em uma temporada, deixou o quase anonimato para se tornar ídolo tricolor. A dupla com Josué nunca será esquecida.

Foi assim, com métodos hoje superados e cada vez mais em desuso na era da tecnologia, dos scouts e do dinheiro, que o São Paulo formou a espinha dorsal do que seria, para muitos, o melhor time pelo qual passaram.

Luizão, com experiência em gigantes no Brasil e passagem pela Europa, não tem dúvidas:

– Eu nunca vivi um ambiente igual aquele. Eu participei de vários ambientes, mas nunca vivi um ambiente igual aquele, fantástico, maravilhoso. Um grupo unido. Todo mundo... – lembra.

Quinto capítulo: quase rival

– E o São Paulo, está na pauta ainda?

A pergunta foi feita por Grafite aos seus empresários no fim de 2003. Numa noite de expectativas, os responsáveis pela carreira do centroavante do Goiás haviam descido a serra de São Paulo para Santos para negociar com o clube vice-campeão brasileiro daquele ano, que seria campeão em 2004 sob o comando de Vanderlei Luxemburgo.

A vontade de Grafite era jogar no Santos. O atacante queria realizar o sonho do pai, santista, mas seus empresários não foram atendidos na Vila Belmiro.

– Meus empresários foram para Santos para negociar, mas os dirigentes não apareceram. Aí voltaram, subiram a serra e conversaram com o São Paulo. Meu pai sempre foi santista e eu queria realizar o sonho dele de me ver jogando no Santos. Mas acabou não dando certo – lembra o hoje comentarista Grafite.

Ainda bem para o São Paulo. Grafite acabou contratado pelo seu time do coração e viveu momentos especiais. Mas 2005 não foi só de glórias para o atacante. Tomado pela expectativa de convocações para a seleção brasileira, fez quatro gols e teve papel importante na conquista do tri, mas uma grave lesão deixou cicatrizes nas lembranças do título.

Uma dividida com Marcinho Guerreiro no jogo de ida das oitavas de final da Libertadores, contra o Palmeiras, no antigo Parque Antártica, custou praticamente o restante da competição para Grafite. O atacante rompeu um ligamento do joelho direito e ainda jogou, lesionado, a partida de volta contra o rival e o duelo de ida diante do Tigres, do México.

– O tri é muito especial. Tem alguns jogos marcantes, pelo lado negativo e positivo. Negativo foi a lesão contra o Palmeiras, no primeiro jogo. Após a lesão eu ainda jogo dois jogos, o da volta contra o Palmeiras e o primeiro das quartas contra o Tigres, do México, quando eu faço uma boa partida, mas já estava com o ligamento rompido, havia sido convocado para a Seleção. Eu não fiz gol, mas fiz as jogadas do segundo, terceiro e sofri a falta do quarto gol, se não me engano, que o Rogério bate – conta Grafite.

De muletas e sob gritos de seu nome, o centroavante esteve em campo na final contra o Athletico apenas para festejar. Acompanhou, das arquibancadas, a goleada, sem poder participar como gostaria.

Sexto capítulo: o currículo

Entre ligação na madrugada, reunião num motel e uma caçada a reforços no Goiás, o São Paulo formou o elenco campeão da Libertadores de 2005, que entrou em campo no dia 14 de julho daquele ano com os titulares: Rogério Ceni; Fabão, Diego Lugano e Alex Bruno; Cicinho, Mineiro, Josué, Danilo e Junior; Amoroso e Luizão. Fabio Santos, Diego Tardelli e Souza entraram no segundo tempo.

Todos eles comandados por Paulo Autuori, uma obra quase que do acaso por causa da saída repentina de Emerson Leão. Uma ida de Milton Cruz a uma partida do Sporting Cristal na Libertadores do ano que antecedeu o tri foi decisiva para o treinador campeão em 2005 chegar ao Morumbis.

O São Paulo estrearia na Libertadores de 2004 no dia 11 de fevereiro, contra o Alianza Lima, no Peru. Um dia antes, o Sporting Cristal enfrentava o Coritiba também pela competição continental, também na capital peruana. Milton Cruz já era um dos responsáveis por mapear possíveis reforços e aproveitou a coincidência para ir à partida olhar alguns jogadores, inclusive o garoto Miranda.

O zagueiro atuava no Coritiba, tinha apenas 20 anos e não sabia que muito antes de se tornar jogador do São Paulo teria papel fundamental no título da Libertadores de 2005. Foi principalmente para assistir de perto ao zagueiro que Milton Cruz decidiu acompanhar vitória do Sporting Cristal por 4 a 1 sobre o time paranaense.

A ida de Miranda ao Tricolor só se tornaria possível anos depois, mas Milton Cruz assistiu à partida ao lado de um personagem central da conquista do tri no ano seguinte: Paulo Autuori. Então técnico da seleção do Peru, o comandante do São Paulo na Libertadores de 2005 convidou o auxiliar técnico para um camarote e, depois, para um jantar.

Papo vai, papo vem, Paulo Autuori revelou para Milton Cruz que tinha o desejo de voltar ao Brasil no futuro. Os planos do treinador não incluíam mais muitos anos no exterior. Tinha saudade de casa, da competitividade brasileira... Entre passagens pelo próprio Sporting Cristal, pelo Alianza Lima e pela seleção do Peru, já se passavam três anos do último trabalho do técnico em seu país.

Paulo Autuori, já conhecido de Milton Cruz por seus trabalhos no Brasil, perguntou se poderia enviar ao auxiliar técnico do São Paulo um currículo. A resposta foi sim, mas, à época, Cuca estava à beira do campo comandando o Tricolor, que não tinha planos para demiti-lo. O “sim' foi mais uma formalidade, em tom de respeito pela história de Autuori, do que qualquer outra coisa.

Milton Cruz entregou a Juvenal Juvencio o currículo de Paulo Autuori. O envelope timbrado com a marca do hotel em que o São Paulo estava hospedado em Lima foi direto para a agenda do então diretor tricolor, como quase tudo o que lhe era entregue em mãos, dos papéis mais importantes aos que cairiam no esquecimento com o passar do tempo.

Ficou lá por meses, esquecido, mas foi lembrado num momento importante para o tri, quando Leão se despediu do São Paulo com o título paulista. Juvenal, então, perguntou a Milton Cruz:

– E aquele técnico de quem você pegou o currículo?

Milton Cruz lembrava que o currículo estava na agenda do diretor, que pediu para o auxiliar técnico buscar a principal fonte de suas lembranças em seu carro, onde costumava ficar guardada. Saiu, daquele amontoado de informações, rascunhos e números, muitos esquecidos com o tempo, o treinador que seria campeão da Libertadores pelo São Paulo em 2005.

Estava formado, então, o elenco que entrou 14 vezes, venceu nove jogos, empatou quatro e perdeu um para levantar pela terceira vez o troféu mais importante do continente, há exatos 20 anos. Foram 34 gols marcados, 14 sofridos e um saldo de 20 positivos.

O São Paulo teve, naquela campanha, 25 jogadores: Rogério Ceni, Cicinho, Fabão, Edcarlos, Lugano, Junior, Mineiro, Josué, Grafite, Amoroso, Danilo, Luizão, Roger, Falcão, Roger (goleiro), Flávio Donizete, Alê, Fábio Santos, Renan, Daniel Rossi, Diego Tardelli, Marcos Antônio, Souza, Flávio Kretzer, Jean Carlos, Michel, Vélber e Alex.