Taxação de Trump contra produtos brasileiros será discutida no Senado na próxima terça-feira

Senador Nelsinho Trad (PSD-MS) preside a CRE (Comissão de Relações Exteriores) e convocou a reunião

BATANEWS/REDAçãO


Lula prometeu resposta à taxação. (Reprodução/Instagram)

A CRE (Comissão De Relações Exteriores) do Senado irá discutir, às 10h, da próxima terça-feira (15), a taxação do presidente dos Estados Unidos Donald Trump contra os produtos brasileiros. O governo estadunidense anunciou na semana passada que os produtos enviados pelo Brasil para o país do Norte seriam taxados em 50%. 

O aumento da taxa passa a valer a partir de 1º de agosto. O encontro do senado, Governo Federal e de entidades representantes do agro e da indústria foi convocado pelo presidente da CRE, senador Nelsinho Trad (PSD-MS). 

MRE (Ministério das Relações Exteriores) e do MDIC (Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços) devem enviar representantes ao encontro.

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Entidades de Mato Grosso do Sul confirmaram presença, como a Semadesc (Secretaria de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação) e Fiems (Federação das Indústrias do Estado de Mato Grosso do Sul).

Entre os representantes do agronegócio estão a CNA (Confederação Nacional da Agricultura) e o presidente da Famasul (Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso do Sul), Marcelo Bertoni.

A reunião será transmitida pela internet. Os interessados deverão encaminhar o pedido pelo portal e-cidadania ou pelo telefone da ouvidoria 0800 061 22 11.

Taxação

Na reunião, será traçada uma estratégia para responder à taxação do governo americano anunciada na última quarta-feira (9). Sem citar provas, o presidente americano justificou a medida como resposta a uma suposta censura do Brasil às mídias sociais americanas. Na carta, Donald Trump ainda criticou o julgamento contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). 

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O presidente Lula (PT) informou que o Brasil não aceitará ser tutelado e que o país responderá ao ataque com base da Lei da Reciprocidade Econômica.

Em abril, após Trump anunciar o “Dia da Libertação' com tarifas pesadas para outros países, o Congresso Nacional aprovou o projeto que permitia ao país praticar a “retaliação' nos casos de “tarifaços' contra os produtos brasileiros. A relatora da matéria foi a senadora Tereza Cristina (PP-MS).

Entenda

A decisão do presidente dos Estados Unidos foi anunciada na quarta-feira (9) e dividiu opiniões. Enquanto aliados do governo apontam interferência da família do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), a oposição culpa o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) pela deterioração nas relações com os EUA.

Após uma série de embates e troca de farpas nas redes sociais com o presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, foi definida a porcentagem sobre os produtos importados do Brasil. Trump fez o anúncio na rede social Truth Social, onde menciona perseguição do STF (Supremo Tribunal Federal) ao ex-presidente Bolsonaro.

Além disso, o norte-americano diz ainda que as relações comerciais entre o Brasil e os EUA são injustas. Até o momento, Donald Trump já definiu tarifas de ao menos sete países, sendo o Brasil com o maior percentual.

MS não deve sofrer com tarifaço

Em meio à polêmica do tarifaço de 50% anunciado pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, sobre produtos brasileiros, a economia de Mato Grosso do Sul não deve sentir um impacto tão forte.

Isso porque o país norte-americano representa apenas 5,97% das exportações de produtos sul-mato-grossenses, conforme aponta o relatório Comex de junho de 2025, elaborado pela Semadesc (Secretaria de Estado de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação de MS).

Esse é o percentual verificado no primeiro semestre de 2025.

Então, o relatório mostra que, de um total de 5,2 bilhões de dólares exportados no período, cerca de 315 milhões foram para os EUA. Assim, o país de Trump figura como segundo maior comprador de MS.

No entanto, os norte-americanos estão muito atrás da China, que comprou 2,4 bilhões de dólares do Estado no primeiro semestre do ano, representando 47% das vendas de produtos sul-mato-grossenses.