Rose denunciou abusos sexuais contra criança e foi morta com golpes de facão pelo ex-companheiro em MS


Rose Antônio de Paula ©DIVULGAÇÃO

A cidade de Costa Rica, em Mato Grosso do Sul, foi palco de mais um crime brutal que evidencia o ciclo de violência enfrentado por mulheres. Na noite de sexta-feira (27), Rose Antônio de Paula foi assassinada com golpes de facão pelo ex-companheiro Juliano Pinheiro de Oliveira, de quem já havia sido vítima de ameaças e agressões. O homem está foragido e é procurado pela Polícia Civil.

O crime, investigado como feminicídio, ganha contornos ainda mais graves: Rose havia denunciado Juliano por estuprar uma menina de 11 anos. Segundo o boletim de ocorrência registrado em maio de 2023, a vítima relatou que a criança era molestada sob ameaças de morte. Na ocasião, o Conselho Tutelar teria se recusado a agir, orientando Rose a procurar diretamente a polícia.

O histórico de Juliano com a violência contra mulheres é extenso. Em 2022, Rose procurou a delegacia para registrar que foi agredida com socos no rosto por ele, além de relatar que a própria filha, de 8 anos, também foi agredida ao tentar defendê-la. Juliano chegou a mostrar um canivete à companheira, ameaçando: "eu vou te matar." Ele foi preso naquela ocasião, mas continuou em liberdade.

O autor tem diversas passagens por violência doméstica, lesão corporal dolosa, ameaça e estupro de vulnerável.

Rose foi encontrada morta no sábado (28), por amigas que estranharam sua ausência no café da manhã habitual. Ao chegarem à quitinete onde ela vivia, perceberam marcas de sangue sob a porta. O corpo da vítima estava caído no chão da residência. A Polícia Militar foi acionada, mas Juliano já havia fugido — testemunhas relataram que ele saiu da casa em uma motocicleta vermelha por volta das 21h de sexta-feira.

A Polícia Civil também esteve no local e encaminhou o corpo ao Instituto Médico Legal (IML). O caso está sob investigação e, até o momento, Juliano segue foragido. Informações sobre seu paradeiro podem ser repassadas anonimamente ao telefone (67) 3247-6500.

Com a morte de Rose, Mato Grosso do Sul chega a 17 feminicídios em 2025, segundo dados compilados até 29 de junho. Os crimes ocorreram em várias regiões do Estado, envolvendo vítimas de diferentes idades e contextos. No último dia 20, por exemplo, Doralice da Silva, de 42 anos, foi morta pelo ex-namorado em Maracaju.

Karina Corim (Caarapó) – 4 de fevereiro

Vanessa Ricarte (Campo Grande) – 12 de fevereiro

Juliana Domingues (Dourados) – 18 de fevereiro

Mirielle dos Santos (Água Clara) – 22 de fevereiro

Emiliana Mendes (Juti) – 24 de fevereiro

Gisele Cristina Oliskowiski (Campo Grande) – 1º de março

Alessandra da Silva Arruda (Nioaque) – 29 de março

Ivone Barbosa (Sidrolândia) – 17 de abril

Thácia Paula (Cassilândia) – 11 de maio

Simone da Silva (Itaquiraí) – 14 de maio

Olizandra Vera Cano (Coronel Sapucaí) – 23 de maio

Graciane de Sousa Silva (Angélica) – 25 de maio

Vanessa Eugênio Medeiros e a filha Sophie (Campo Grande) - 28 de maio

Sophie (filha de Vanessa) - (Campo Grande) – 28 de maio

Eliana Guanes (Corumbá) – 6 de junho

Doralice da Silva (Maracaju) – 20 de junho

Rose Antônio de Paula (Costa Rica) – 27 de junho

Credito. Jornal do Estado do MS