Policial
Testemunhas contestam versão de Sahu Heyn sobre assassinato do pai em Campo Grande
Sahu Abel Heyn matou o pai durante suposto surto esquizofrênico
Pessoas próximas a Sahu Abel Heyn, de 30 anos, contestam a versão apresentada por ele à polícia como justificativa para o assassinato do próprio pai, Hugo Abel Heyn, de 69 anos. O crime aconteceu na noite de quinta-feira (26), no Parque Residencial Maria Aparecida Pedrossian, em Campo Grande.
A versão de Sahu, que alegou à Guarda Civil Metropolitana (GCM) ter matado o pai após descobrir supostos abusos sexuais contra seus filhos, é considerada inverídica por quem o conhece desde a infância. Uma testemunha, que pediu para não ser identificada, afirmou ao TopMídiaNews que o relato do acusado não condiz com a realidade. “Vou explicar boa parte da história, porque a que ele está falando de estupro é mentira”, declarou.
Segundo a testemunha, Sahu sempre foi uma pessoa aparentemente dócil, mas apresentava desde cedo episódios de agressividade, especialmente relacionados ao uso de substâncias ilícitas. “Ele tinha surtos de raiva desde a infância. Abusava de álcool e drogas ilegais”, contou. Prints obtidos pela reportagem mostram publicações em que Sahu menciona o uso contínuo de entorpecentes e até a intenção de consumir um "peixe alucinógeno".
Ainda de acordo com a fonte, Sahu chegou a ser internado após tentativas de suicídio, o que levantou a hipótese de esquizofrenia. No entanto, nunca houve confirmação oficial do diagnóstico. “Os médicos suspeitaram, mas ele já tem 30 anos e os sintomas geralmente aparecem antes. Se houve laudo, nunca fui informado, e ele nunca fez tratamento regular”, relatou.
A testemunha disse ainda que decidiu se manifestar publicamente em razão do envolvimento das filhas de Sahu na versão apresentada por ele. “Ele envolveu as filhas nisso, e não sei se isso pode prejudicar as crianças de alguma forma. É melhor que ele arque com as consequências, ao invés de transferir a responsabilidade”, afirmou.
Prisão em flagrante
Sahu foi preso na tarde de sábado (28) pela GCM. Embora tenha confessado o crime, preferiu manter-se em silêncio durante o depoimento formal, alegando que ainda estava “organizando como contaria os detalhes”. Diante da situação, o delegado plantonista Willian Rodrigues de Oliveira decretou a prisão em flagrante.
As investigações seguem em andamento e devem apurar, com apoio de laudos técnicos e depoimentos, a veracidade das alegações feitas por Sahu e as reais motivações do crime.