Juruva é escolhida como ave símbolo da Mata Atlântica em Mato Grosso do Sul

Iniciativa do projeto “Amigos e Amigas das Aves” promove educação ambiental e conservação da biodiversidade com apoio de instituições e universidades

BATANEWS


A Juruva (Baryphthengus ruficapillus), ave de plumagem vibrante e presença marcante na Mata Atlântica, foi escolhida como símbolo desse importante bioma no território de Mato Grosso do Sul. A votação popular foi promovida pelo projeto “Amigos e Amigas das Aves”, em parceria com diversas instituições, entre elas a Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul (UEMS), por meio do Programa de Pós-Graduação em Biodiversidade e Sustentabilidade Ambiental (PGBSA), da unidade de Mundo Novo.

Com 27% dos votos, a Juruva venceu a disputa e agora representará a Mata Atlântica sul-mato-grossense como “espécie bandeira”. Segundo os organizadores, a escolha visa sensibilizar a sociedade sobre a importância da conservação da biodiversidade e estimular o ecoturismo, a educação ambiental e a pesquisa científica na região.

A ave ocorre principalmente nas regiões Sudeste e Sul do Brasil, além dos estados de Mato Grosso do Sul, Bahia e Goiás. É facilmente reconhecida por sua coloração laranja intensa do bico até o peito, além da máscara negra, peito com manchas escuras e garganta verde-clara. Seu bico forte e plumagem chamativa fazem da Juruva uma representante emblemática da fauna atlântica.

“A escolha de uma espécie símbolo leva em conta sua ocorrência, distribuição, estado de conservação e popularidade. A Juruva representa um elo entre a sociedade e o bioma, incentivando a proteção da natureza e a ampliação do conhecimento científico”, destacou a professora doutora Elaine Kashiwaqui, coordenadora do PGBSA/UEMS em Mundo Novo. Ela ressalta que a iniciativa também reforça a importância de ações frente às mudanças climáticas e à proteção da vida terrestre e aquática.

Com a escolha oficializada, uma proposta de projeto de lei será encaminhada à Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul (Alems), com apoio da Frente Parlamentar de Unidades de Conservação da Natureza. A medida visa formalizar a ave como símbolo oficial da Mata Atlântica no estado.

Ana Luzia Abrão, proprietária da Reserva Particular do Patrimônio Natural (RPPN) Ernesto Vargas Baptista, reforçou o papel do projeto na mobilização social: “A escolha da ave símbolo sinaliza, de forma bonita e inspiradora, que é possível unir diferentes setores em torno da causa ambiental. A ampla divulgação da iniciativa nos meios de comunicação mostra o quanto a sociedade valoriza ações voltadas ao meio ambiente e à sustentabilidade.”

A ação conta com apoio de mais de 20 instituições, incluindo Ambiental MS Pantanal, Águas Guariroba, COA Grande Dourados, Fundtur, Imasul, prefeituras de diversos municípios e instâncias regionais de turismo. O engajamento coletivo reforça a importância da colaboração entre ciência, poder público, sociedade civil e setor privado para a conservação da biodiversidade e o fortalecimento da educação ambiental no estado.