LISTA: MP mira em mais de 20 pessoas ligadas a prefeitura de Sidrolândia na 4ª fase da Tromper

Investigação aponta que esquema de Claudinho Serra continuou operando mesmo após as fases anteriores da Tromper

BATANEWS-MIDIAMAX


Cumprimento do mandado na casa de Claudinho Serra (Helder Carvalho, Jornal Midiamax)

O MPMS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul) deflagrou a 4ª fase da Operação Tromper, que apura fraude em contratos e licitações da Prefeitura de Sidrolândia, na manhã desta quinta-feira (5) e mirou em mais de 20 pessoas ligadas a administração pública.

A ação da 3ª Promotoria de Justiça de Sidrolândia, Gecoc (Grupo Especial de Combate à Corrupção) e Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado) cumpriu três mandados de prisão e 29 de busca e apreensão em Sidrolândia e Campo Grande.

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Prisão de Claudinho Serra

O ex-vereador Claudinho Serra (PSDB) é um dos alvos dos mandados de prisão e de busca e apreensão. Ele foi preso em seu apartamento na manhã desta quinta-feira, em prédio de luxo no Jardim dos Estados, em Campo Grande.

Claudinho chegou a ir para a prisão na 3ª fase, em abril de 2024, ficou 23 dias em reclusão e saiu com tornozeleira eletrônica. Entretanto, a defesa dele, feita pelo advogado Tiago Bunning, alega que não existem motivos para uma nova prisão.

“Está sob monitoramento eletrônico, fazendo uso de tornozeleira desde 26/04/2024, ou seja, há 14 meses. Neste período não foi comunicada a prática de crime e não houve violação das medidas cautelares. Não existem motivos para nova ordem de prisão”, diz nota.

4ª fase da Operação Tromper

O MPMS deflagrou a nova fase da operação após investigação descobrir que o esquema criminoso chefiado por Claudinho continuou mesmo após as fases anteriores.

Assim, essa nova etapa visa ao aprofundamento das investigações que miram em fraudes em licitações e contratos administrativos da prefeitura de Sidrolândia.

Além disso, são contratos milionários com empresas atuantes no ramo de engenharia e pavimentação asfáltica. Os contratos já identificados e objetos da investigação alcançam o montante aproximado de R$ 20 milhões.

Entretanto, o grupo apurou que a organização criminosa permaneceu ativa mesmo após a deflagração das operações anteriores e a aplicação de medidas cautelares.

Essa nova fase decorre do desdobramento das investigações, onde foram reunidos diversos elementos que comprovam o pagamento de enormes quantias de propina a agentes públicos. Além disso, os crimes de ocultação e dissimulação da origem ilícita de valores provenientes dos crimes antecedentes também foram descobertos.

As novas ‘batidas’ do braço investigativo do MP acontecem dois anos após a Tromper. Ou seja, de lá para cá, foram três fases da operação, que revelou esquema de desvios milionários em contratos públicos na prefeitura de Sidrolândia.

Claudinho Serra ocupou cargo de secretário de Fazenda, durante a gestão da sogra, a ex-prefeita Vanda Camilo. Faziam parte do grupo empresários e servidores, além do político.

Claudinho Serra comandou esquema de corrupção

Além disso, o parlamentar é ex-secretário de Fazenda, Tributação e Gestão Estratégica de Sidrolândia e está implicado nas investigações da 3ª fase da Operação Tromper, deflagrada pelo Gecoc (Grupo Especial de Combate à Corrupção) com apoio do Gaeco.

Claudinho Serra e outros 22 viraram réus, em 19 de abril, após o juiz da Vara Criminal da comarca de Sidrolândia, Fernando Moreira Freitas da Silva, aceitar a denúncia apresentada pelo MPMS.

Assim, investigações do Gecoc e delação premiada do ex-servidor Tiago Basso da Silva apontam supostas fraudes em diferentes setores da Prefeitura de Sidrolândia, como no Cemitério Municipal, na Fundação Indígena, abastecimento da frota de veículos e repasses para Serra feitos por empresários. Os valores variaram de 10% a 30% do valor do contrato, a depender do tipo de “mesada'. 

Operação Tromper e fraudes em Sidrolândia

O esquema de corrupção sobre licitações da Prefeitura de Sidrolândia envolve empresários da cidade, que fraudavam documentos das empresas concorrentes, para garantir que seriam as contratadas. Mesmo assim, sem estrutura, essas empresas terceirizavam os serviços pelos quais receberam milhões de reais do dinheiro público.

Conforme a peça que embasou a operação, o esquema de corrupção teria iniciado em 2017. Desta forma, os empresários aproveitavam os CNPJs para participar das licitações, mesmo sem qualquer tipo de experiência, estrutura ou capacidade para executarem os serviços ou fornecimento nos contratos firmados.

*Com informações do Região News.