O mercado físico do boi gordo iniciou a semana sustentando o movimento de alta observado no fechamento de julho. Em diferentes regiões do país, os preços já superam as referências médias de outras praças pecuárias, impulsionados por oferta restrita de animais prontos para o abate, exportações aquecidas e consumo interno fortalecido pelo período que antecede o Dia dos Pais.

Segundo Fernando Henrique Iglesias, analista da Safras & Mercado, a tendência é que o movimento se mantenha no curto prazo, especialmente em frigoríficos de menor porte, que trabalham com escalas mais ajustadas. “O Dia dos Pais é uma data relevante para o consumo, e as exportações continuam em bom nível, com destaque para o México, que vem ampliando suas compras de carne bovina do Brasil', explica. Clique aqui para seguir o canal do CompreRural no Whatsapp Latino e Gusttavo Lima se tornam sócios do Oregon, Friesian avaliado em R$ 10 milhões México assume protagonismo nas exportações

O México se consolidou como um mercado importante neste ano. Conforme dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), as compras mexicanas de carne bovina brasileira cresceram 420% no primeiro semestre, saltando de 3,1 mil toneladas para 16,1 mil toneladas. Esse avanço ajuda a sustentar a demanda externa mesmo diante das incertezas provocadas pelo tarifaço dos EUA. Cotações do boi gordo por praça

De acordo com levantamento do Canal Rural e da Scot Consultoria, as principais referências de preços nesta segunda-feira (4/8) ficaram assim: São Paulo: R$ 302/@ (sexta: R$ 300,17) Goiás: R$ 284,82/@ (sexta: R$ 283,75) Minas Gerais: R$ 290,29/@ (sexta: R$ 289,41) Mato Grosso do Sul: R$ 301,93/@ (sexta: R$ 301,14) Mato Grosso: R$ 295,68/@ (sexta: R$ 293,65)

Em São Paulo, a Scot Consultoria destaca que o boi gordo “comum' é negociado a R$ 297/@, enquanto o “boi-China' alcança R$ 302/@ (preços brutos, no prazo). As fêmeas estão cotadas a R$ 272/@ (vaca) e R$ 280/@ (novilha). As escalas médias de abate giram em torno de sete dias. Mercado atacadista também reage

No atacado, os preços da carne bovina permanecem firmes e com viés de alta. O quarto traseiro está cotado a R$ 22,40/kg, o dianteiro a R$ 17,50/kg e a ponta de agulha a R$ 17,00/kg. A expectativa é que a entrada dos salários e o consumo extra da data comemorativa mantenham o ritmo positivo.

Apesar disso, Iglesias pondera que o avanço pode ser limitado pelo perfil de consumo atual do brasileiro, que ainda prioriza proteínas mais baratas, como a carne de frango. Perspectiva positiva no curto prazo

Para a Agrifatto, a recuperação dos preços ao longo da última semana foi consistente, com alta média nacional de 2,09%. Minas Gerais foi o destaque, com avanço diário de 1,32% no último pregão. No mercado futuro, o contrato de novembro/25 na B3 fechou a R$ 334,85/@, alta de 1,33% no dia.

Essa combinação de menor oferta, consumo sazonal e exportações firmes cria um ambiente favorável para que as cotações do boi gordo se mantenham sustentadas nas próximas semanas, consolidando o movimento de recuperação iniciado no fim de julho.

Compre Rural