Os Estados Unidos devem anunciar, na próxima semana, novas sanções contra ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) e integrantes do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A informação é do analista internacional Lourival Santana, da CNN Brasil.

As medidas teriam como base a Lei Magnitsky, que permite ao governo norte-americano aplicar sanções econômicas e restrições de entrada no país a indivíduos acusados de corrupção ou violações de direitos humanos. Segundo Santana, a iniciativa é uma resposta à atuação do STF contra o ex-presidente Jair Bolsonaro e à regulamentação das big techs no Brasil.

Entre as sanções previstas estão:

• bloqueio de bens e contas bancárias nos Estados Unidos;

• proibição de entrada no território americano;

• restrições a instituições financeiras que mantiverem relações com os alvos.

O plano já teria sido apresentado ao senador Marco Rubio, atual secretário de Estado dos EUA. A estratégia faz parte de uma tentativa do ex-presidente Donald Trump de ampliar sua influência ideológica na América Latina, adotando medidas semelhantes contra governos de esquerda no México e na Colômbia.

Lourival também afirmou que está em análise a expulsão da embaixadora do Brasil em Washington, Maria Luiza Viotti, o que representaria um rebaixamento das relações diplomáticas entre os dois países.

A tensão entre os governos aumentou após declarações recentes de Lula e decisões do ministro Alexandre de Moraes. O presidente brasileiro ironizou Trump, dizendo que o republicano estaria "blefando" e que "o Brasil pediria seis", em alusão ao jogo de truco. Já Moraes, ao determinar o uso de tornozeleira eletrônica por Bolsonaro e restringir entrevistas, foi duramente criticado por congressistas e juristas norte-americanos.

Na semana passada, o governo dos EUA já havia revogado vistos de ministros do STF e do procurador-geral da República, incluindo Alexandre de Moraes, como um primeiro passo de retaliação.

A escalada entre os dois países gera preocupação no meio diplomático e pode impactar as relações bilaterais nos próximos meses.