Deputado do PL alfineta Eduardo Bolsonaro: 'Precisa ser menos filho e mais parlamentar'

Antonio Carlos Rodrigues também disse não concordar com a urgência na tramitação da anistia aos golpistas

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O deputado Antonio Carlos Rodrigues (PL-SP). Foto: Bruno Spada / Câmara dos Deputados

O deputado federal Antonio Carlos Rodrigues, do PL de São Paulo, alfinetou Eduardo Bolsonaro, seu colega de partido, em entrevista publicada pelo site UOL neste sábado 26.

“Acho que o Eduardo tem que ter mais atitude de parlamentar e menos atitude de filho', disparou Rodrigues ao ser questionado pelo UOL sobre a atuação do correligionário.

Eduardo, convém registrar, está nos Estados Unidos desde fevereiro, onde lidera uma articulação contra autoridades brasileiras que objetiva livrar o pai de uma eventual condenação pela trama golpista. O prazo de licença do mandato já expirou, mas ele ainda não deu sinais de que pretende retomar a cadeira para qual foi eleito em Brasília.

Segundo o site, outros parlamentares do PL já teriam demonstrado, nos bastidores, os mesmos sinais de descontentamento com o papel desempenhado pelo filho do ex-capitão no exterior.

Rodrigues, ainda ao UOL, também disse ser contrário ao regime de urgência do projeto de anistia aos golpistas do 8 de Janeiro. O tema é uma das prioridades do bolsonarismo, que vê o texto como uma possível brecha para salvar Jair Bolsonaro, réu por tentativa de golpe.

O próprio Eduardo chegou a dizer que Hugo Motta (Republicanos-PB), presidente da Câmara, deve sofrer sanções dos EUA caso não paute o projeto na Câmara.

Para o deputado do PL de São Paulo, porém, há inconsistências no texto que precisam ser discutidas com mais profundidade nas comissões temáticas. Ele menciona casos de prefeitos paulistas – de Eldorado e Neves Paulista – que não puderam assumir os mandatos por terem sido condenados pelo 8 de Janeiro.

“Caso o texto da anistia passe como está, quem vai ser o novo prefeito? Quero que ele vá para comissões e que lá a gente o elabore. A versão atual pode gerar imbróglios jurídicos que não sabemos como serão decididos', explicou o parlamentar.