Durante coletiva de imprensa na Câmara dos Deputados nesta terça-feira (22), o senador Magno Malta (PL-ES) fez uma declaração desafiadora ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF):
“Põe a mão em Jair Bolsonaro. Põe a mão nele e tenta a sorte. O azar você já tem.”

A fala ocorreu após reunião da oposição bolsonarista com o ex-presidente Jair Bolsonaro, que contou com a presença de 54 deputados federais e dois senadores. No encontro, o grupo anunciou a criação de três subcomissões parlamentares com o objetivo de ampliar sua atuação política no Congresso e nas ruas, mesmo diante das restrições judiciais impostas a Bolsonaro.

A movimentação ocorre no mesmo dia em que o ministro Alexandre de Moraes reforçou em despacho que o ex-presidente está proibido de se comunicar pelas redes sociais — inclusive por meio de terceiros — e que entrevistas veiculadas em plataformas digitais também violam a decisão judicial. Bolsonaro é alvo de medidas cautelares como tornozeleira eletrônica, recolhimento domiciliar noturno e restrições de comunicação, no âmbito da investigação sobre tentativa de golpe de Estado em 2022.

Subcomissões criadas pela oposição:

• Comunicação

  • Comando: Gustavo Gayer (PL-GO)

  • Objetivo: Unificar a comunicação dos parlamentares bolsonaristas nas redes sociais e imprensa.

• Pautas no Congresso

  • Comando: Cabo Gilberto Silva (PL-PB)

  • Objetivo: Priorizar projetos da oposição, com foco em ações contra o STF e temas da militância conservadora.

• Mobilizações Nacionais

  • Comando: Rodolfo Nogueira (PL-MS) e Zé Trovão (PL-SC)

  • Objetivo: Organizar manifestações de rua e impulsionar a base militante.

Ações no Congresso

Na Câmara dos Deputados, o grupo articula uma nova tentativa de aprovar uma anistia ampla e irrestrita para os envolvidos nos atos de 8 de Janeiro, o que pode beneficiar diretamente Jair Bolsonaro. A proposta será liderada pelo PL e apoiada por partidos da direita.

No Senado Federal, a prioridade será a reativação de pedidos de impeachment do ministro Alexandre de Moraes, bandeira antiga da base bolsonarista.

A ofensiva marca uma intensificação dos embates entre o bolsonarismo e o STF, com discursos cada vez mais radicais e a tentativa de reestruturar o apoio popular e parlamentar ao ex-presidente.