Alexandre de Moraes dá 24 horas para Jair Bolsonaro explicar uso de redes sociais

A medida foi determinada horas após o ministro advertir o ex-presidente sobre a publicação de links de entrevistas concedidas nos últimos dias à imprensa

BATANEWS/JOVEM PAN


Entre as medidas estabelecidas na semana passada contra o ex-presidente figura a proibição de uso das redes sociais / WILTON JUNIOR/ESTADÃO CONTEÚDO

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), deu prazo de 24 horas para a defesa de Jair Bolsonaro se manifestar sobre o descumprimento das medidas cautelares determinadas contra o ex-presidente. A medida foi determinada horas após o ministro advertir Bolsonaro sobre a publicação de links de entrevistas concedidas nos últimos dias à imprensa. Entre as medidas estabelecidas na semana passada contra o ex-presidente figura a proibição de uso das redes sociais.

Na decisão, Alexandre de Moraes mencionou vídeos compartilhados nas redes sociais em que Jair Bolsonaro aparece exibindo a tornozeleira eletrônica e fazendo declarações públicas. Para o ministro, essas ações representam uma violação das medidas cautelares determinadas por ele. “A medida cautelar de proibição de utilização de redes sociais inclui, obviamente, as transmissões, retransmissões ou veiculação de áudios, vídeos ou transcrições de entrevistas em qualquer das plataformas, inclusive por terceiros”, escreveu Moraes.

Na tarde desta segunda-feira (21), após a advertência do ministro, Bolsonaro exibiu a tornozeleira eletrônica ao visitar a Câmara dos Deputados. “Não roubei os cofres públicos, não desviei recurso público, não matei ninguém, não trafiquei ninguém. Isso aqui é um símbolo da máxima humilhação em nosso país. Uma pessoa inocente. Covardia o que estão fazendo com um ex-presidente da República. Nós vamos enfrentar a tudo e a todos. O que vale para mim é a lei de Deus”, declarou o ex-presidente em registro publicado por aliados em diversos perfis nas redes sociais.

Na sexta-feira (18), as medidas cautelares foram determinadas no inquérito no qual o filho do ex-presidente, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), é investigado por sua atuação junto ao governo do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, visando promover medidas de retaliação contra o governo brasileiro e ministros do Supremo e tentar barrar o andamento da ação penal sobre a trama golpista.

*Com informações da Agência Brasil Publicado por Carolina Ferreira