Erro de Bolsonaro é ouvir os mais radicais, diz Janaina Paschoal

Conhecida pelo processo de impeachment da ex-presidente Dilma, vereadora afirma que os “subservientes' afundaram o ex-presidente

BATANEWS/PODER360


Janaina também disse que Lula está 'cercado' de pessoas que não o chamam à 'racionalidade'

Janaina Paschoal (PP), vereadora de São Paulo e advogada conhecida por sua atuação no impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff (PT), publicou neste domingo (20.jul.2025) no X que o erro do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) foi “ouvir pessoas ainda mais radicais que ele'.

Ela disse ainda que Bolsonaro se afastou dos moderados ou manteve apenas aqueles que “não tinham coragem de desafiar a militância'. Afirmou que os “subservientes' afundaram o ex-presidente.

Janaina disse ainda que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) está “cercado' de pessoas mais radicais que não chamam o chefe do Executivo à “racionalidade'. Citou, como exemplo, a ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann.

“Instigam-no [o presidente Lula] a elevar o tom, colocando o País em riscos de toda ordem! Imperioso quebrar com o olhar dual! O País não precisa, ouso dizer, não deve, desagravar quem quer que seja! É preciso pensar macro e recuar, para poder progredir', disse a vereadora.

Janaina também respondeu um internauta que disse que a vereadora já esteve “em todos os lados da história'. Ela disse não ter alterado “um milímetro' do seu discurso. “O Sr está errado. Não alterei um milímetro meu discurso. Resgate o que eu falei, no RJ, em 2018, antes de receber 2 milhões de votos. Adverti sobre os riscos de o Bolsonarismo se tornar um PT ao contrário. Puxa-saco, eu nunca fui e nunca serei', disse a vareadora.

A Polícia Federal (PF) cumpriu na manhã de 6ª feira (18.jul) mandados de busca e apreensão contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), além de medidas cautelares diversas da prisão, em Brasília. Os mandados foram autorizados pelo STF (Supremo Tribunal Federal), e foram cumpridos na casa do ex-presidente e em endereços ligados ao PL (Partido Liberal), legenda de Bolsonaro.

Bolsonaro é réu em ação penal no STF (Supremo Tribunal Federal) que investiga o núcleo central na tentativa de golpe de Estado em 2022.

Eis as medidas determinadas contra o ex-presidente:

A PGR pediu a condenação do ex-presidente na 2ª feira (14.jul.2025). Afirmou que Bolsonaro “alimentou diretamente a insatisfação e o caos social' depois de sua derrota eleitoral para o atual chefe do Executivo, Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Eis a íntegra (PDF – 5,4 MB).

Caso seja condenado pelos crimes de organização criminosa armada, tentativa de abolição violenta do Estado democrático de Direito, golpe de Estado, dano qualificado pela violência e grave ameaça contra o patrimônio público e deterioração do patrimônio tombado, a pena pode passar de 40 anos de prisão.

Em 2023, o ex-presidente foi condenado pelo TSE (Tribunal Superior Eleitoral) por abuso de poder político e uso indevido dos meios de comunicação. Ele está inelegível até 2030. Disse que os processos são para tirá-lo do jogo político porque aparece com vantagem em pesquisas de intenção de voto. Afirmou que em 2022, quando foi candidato à reeleição, o TSE “pesou a mão' contra ele.

Entenda a ordem de Moraes que impõe tornozeleira eletrônica a Bolsonaro. Assista (1min57s):

Em nota, a defesa de Bolsonaro disse que “recebeu com surpresa e indignação a imposição de medidas cautelares severas' contra o ex-presidente e que ainda não teve acesso à decisão de Moraes.

Eis a íntegra da nota:

“A defesa do ex-Presidente Jair Bolsonaro recebeu com surpresa e indignação a imposição de medidas cautelares severas contra ele, que até o presente momento sempre cumpriu com todas as determinações do Poder Judiciário.

“A defesa irá se manifestar oportunamente, após conhecer a decisão judicial.”