MS é destaque em inovação e lidera Centro-Oeste em número de startups

Estado tem 595 empresas, impulsionadas por profissionais qualificados e políticas de incentivo

BATANEWS/CGNEWS


Arte: Lennon Almeida

Mato Grosso do Sul lidera o Centro-Oeste em número de startups, com 595 empresas registradas, segundo o Observatório Sebrae Startups. O Estado ocupa o nono lugar no ranking nacional, destacando-se em áreas como agronegócio, impacto ambiental e saúde. A combinação de políticas públicas, universidades qualificadas e a diversidade de setores impulsiona o ecossistema de inovação.

A pandemia acelerou a digitalização, enquanto a inteligência artificial facilitou o acesso a ferramentas para novos negócios. Editais públicos e a Lei 14.133, que simplifica compras governamentais de inovação, também contribuem para o crescimento. Investir em startups exige persistência, mas o cenário é promissor, com muitas empresas em fase de estruturação e expansão.

No ranking nacional, Mato Grosso do Sul ocupa o nono lugar na classificação geral, atrás de São Paulo (4.539), Santa Catarina (2.100), Minas Gerais (1.244), Paraná (1.039), Rio Grande do Sul (1.002), Rio de Janeiro (975) e Pernambuco (799).

Além de Campo Grande, no Estado as startups estão presentes em 34 municípios, sendo a maior parte em Aquidauana (32), Dourados (27), Três Lagoas (20), Chapadão do Sul (17) e Bonito (15).

Segundo Leandra Costa, gerente do Living Lab do Sebrae/MS, os dados indicam um ambiente promissor para novos negócios em Mato Grosso do Sul. Esse cenário é favorecido por condições como universidades que formam profissionais qualificados, políticas públicas de incentivo (estaduais e nacionais) e a diversidade de áreas na ciência, pesquisa e bioeconomia. A combinação das políticas públicas atuais com a evolução da mentalidade empresarial e as demandas do mercado cria um contexto ideal para o desenvolvimento de startups.

Leandra afirma que esses números são dinâmicos, pois o registro de startups ativas muda a todo instante. No Estado, a maior parte dos empreendimentos são da área do agronegócios (82), como é o caso da PecSense, uma empresa de inteligência em reprodução bovina que nasceu da pesquisa de um universitário e, posteriormente, foi desenvolvida por meio de captação de recursos. Hoje, a empresa está no mercado e oferece um aparelho para medir prenhez animal por um valor mais acessível que a concorrência, que é de fora do Brasil.

Outros projetos são das áreas de impacto ambiental (61), alimentos e bebidas (57), saúde e bem estar (56). Leandra Costa lembra que existem 341 empresas que estão em fase de construção e estruturação.

A gerente do Living Lab explica que investir em inovação requer muita persistência e estudo, pois o negócio pode demorar de um a cinco anos para começar a faturar e crescer. Por isso, muitos buscam recursos e sócios para dividir as tarefas, já que requer dedicação e os profissionais precisam manter fontes de renda paralelas enquanto a startup vai se estruturando.

Quanto ao modelo de receitas, as startups atuam como:

  • Venda direta: 256

Venda direta: 256

  • Assinatura (SAAS): 147

Assinatura (SAAS): 147

Quanto à tecnologia utilizada pelas empresas: 

  • Inteligência artificial e machine learning: 243

Inteligência artificial e machine learning: 243

  • Impacto socioambiental: 159

Impacto socioambiental: 159

Quanto ao faturamento atual:

  • Sem faturamento: 341

Sem faturamento: 341

  • Faturamento entre R$ 80 mil a R$ 360 mil: 171

Faturamento entre R$ 80 mil a R$ 360 mil: 171

Quanto aos principais segmentos de negócio:

  • Agronegócios - 82

Agronegócios - 82

  • Impacto socioambiental: 61

Impacto socioambiental: 61

  • Alimentos e bebidas: 57

Alimentos e bebidas: 57

  • Saúde e bem estar: 56

Saúde e bem estar: 56

  • TIC (Tecnologia da Informação e da Comunicação): 56

TIC (Tecnologia da Informação e da Comunicação): 56

Contexto de inovação

A especialista acrescenta que diversos eventos influenciam este ecossistema de inovação que fomenta o surgimento de novos negócios em Mato Grosso do Sul. A pandemia de Covid-19 acelerou significativamente a transição para modelos de negócios digitais, com muitas empresas se adaptando rapidamente e, em alguns casos, permanecendo totalmente digitais. Esse período também transformou a mentalidade empresarial, destacando a crescente digitalização da base de clientes.

Outro fator, segundo Leandra Costa, é que a inteligência artificial tem impulsionado ainda mais essa tendência ao fornecer ferramentas e infraestrutura acessíveis, fato que permite que as empresas, mesmo aquelas sem programadores ou desenvolvedores internos, coloquem seus produtos no mercado com mais facilidade.

Além disso, o governo e seus parceiros têm promovido ativamente a inovação por meio de editais públicos para projetos, oferecem recursos e mentorias para ajudar projetos viáveis a terem sucesso.

Há ainda a implementação de políticas públicas mais robustas, como a Lei 14.133, que simplifica as compras públicas de inovação, principalmente na aquisição de serviços. Isso beneficia especificamente as startups, pois permite que o governo adquira serviços inovadores diretamente.

Para a gerente do Living Lab do Sebrae/MS, os governos estão cada vez mais reconhecendo que as startups podem fornecer soluções ágeis e de alto desempenho que melhoram a eficiência administrativa e entregam melhores resultados. Leandra Costa lembra que, recentemente, o secretário Jaime Verruk, da Semadesc (Secretaria de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação) ressaltou a importância dos negócios inovadores em evento em Campo Grande.