Política
Flávio critica "amadorismo" de Rui após ser comparado a sequestrador
Senador critica ministro por declarações sobre taxação americana e defende anistia como solução para evitar tarifas sobre produtos brasileiros
BATANEWS/PODER360
O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) respondeu às declarações do ministro da Casa Civil, Rui Costa, que comparou a família Bolsonaro a “sequestradores”. A troca de acusações se deu neste domingo (13.jul.2025), quando ambos se manifestaram sobre as tarifas de 50% anunciadas pelo presidente norte-americano Donald Trump (Partido Republicano).
Em entrevista à CNN Brasil, o filho do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) criticou o posicionamento do ministro do governo Lula. “Fico impressionado com o amadorismo de Rui Costa. Está mais preocupado em culpar alguém do que resolver a grave situação que o Brasil se encontra, em parte por causa da catastrófica política externa de Lula”, disse Flávio.
O ministro da Casa Civil fez as declarações durante compromisso oficial realizado neste domingo. “Eu vi os vídeos dos filhos dele [Jair Bolsonaro]. Parece aqueles vídeos de filmes de sequestradores (…) Agora a gente está vendo coisa até pior, uma postura de sequestrador por parte da família deles”, afirmou Rui Costa.
O senador também disse que o ministro petista não buscar soluções para o impasse comercial. “Prefere ver o Brasil ser taxado em 200% do que sentar como adulto na sala”, declarou.
Flávio Bolsonaro defendeu a aprovação da anistia no Congresso como alternativa para evitar a implementação das tarifas americanas. “Espero contar com os votos do PT no Congresso para aprovar, o mais rápido possível, a anistia ampla, geral e irrestrita. Esse é o 1º passo para a taxação de 50% não entrar em vigor já agora no dia 1º de agosto”, afirmou.
O senador concluiu sua declaração com um apelo: “Quem for contra a anistia, é contra o Brasil!”. As tarifas anunciadas pelo governo americano estão previstas para entrar em vigor em 1º de agosto.
A nova tarifa de 50% sobre produtos brasileiros foi anunciada por Trump na última 4ª feira (9.jul).
O principal argumento do presidente norte-americano para a imposição da tarifa comercial é de que as autoridades governamentais brasileiras estariam “perseguindo' Bolsonaro.
O ex-chefe do Executivo federal é réu no STF (Supremo Tribunal Federal) por tentativa de golpe de Estado depois do resultado das eleições presidenciais de 2022, em que saiu derrotado.
Em resposta à medida de Trump, o presidente Lula afirmou que o “Brasil não aceitará ser tutelado por ninguém” e que o Brasil adotará a Lei da Reciprocidade Econômica (15.122 de 2025) para responder à imposição.
“O processo judicial contra aqueles que planejaram o golpe de Estado é de competência apenas da Justiça Brasileira e, portanto, não está sujeito a nenhum tipo de ingerência ou ameaça que fira a independência das instituições nacionais', afirmou Lula em nota divulgada na última 4ª feira (9.jul).
Em sua carta endereçada a Lula, Trump considerou uma “vergonha internacional' a forma como Bolsonaro é julgado, afirmando que existe uma “caça às bruxas' que deve acabar “imediatamente'.
A China também respondeu ao anúncio do presidente norte-americano e criticou os EUA por tentar influenciar o julgamento do ex-presidente brasileiro pelo Supremo. Na 6ª feira (11.jul), a porta-voz do Ministério das Relações Exteriores chinês, Mao Ning, disse que o governo norte-americano descumpre regras da ONU (Organização das Nações Unidas).
“Igualdade soberana e não interferência em assuntos internos são princípios importantes da Carta da ONU”, declarou Ning.