Aposentados e pensionistas seguem sendo alvos frequentes de golpes e práticas abusivas, especialmente em contratos de empréstimos consignados, aqueles com desconto direto na folha de pagamento. Em muitos casos, empresas omitem informações ou aplicam cláusulas enganosas, resultando em prejuízos financeiros significativos aos beneficiários do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social).

De acordo com o Procon de Mato Grosso do Sul, quase 90% das reclamações feitas por aposentados e pensionistas envolvem cobranças indevidas. Entre janeiro de 2023 e junho de 2025, o órgão registrou 2.315 queixas relacionadas a empréstimos consignados. Desse total, 2.061 tratavam de descontos contestados ou valores cobrados sem autorização, representando 89,02% das reclamações de beneficiários do INSS.

A gravidade das fraudes foi evidenciada em abril de 2025, quando uma operação conjunta da Polícia Federal e Controladoria-Geral da União (CGU) revelou um esquema bilionário de descontos ilegais em aposentadorias e pensões. Segundo as investigações, associações e entidades descontaram R$ 6,3 bilhões entre 2019 e 2024 por supostos serviços como assessoria jurídica, planos de saúde ou convênios com academias — sem autorização dos titulares.

A situação também mobiliza a Defensoria Pública de Mato Grosso do Sul, que presta atendimento constante a idosos vítimas de fraudes. A instituição tem acompanhado casos em que beneficiários têm os valores comprometidos por empréstimos nunca solicitados ou serviços nunca contratados.

O alerta é claro: aposentados, pensionistas e familiares devem redobrar a atenção ao assinar contratos ou fornecer dados pessoais. A orientação é buscar informações diretamente com o INSS, Procon ou Defensoria Pública antes de assumir qualquer compromisso.