Bancada do agro cobra explicações do governo sobre impactos ambientais no campo

Audiência na Câmara expõe tensão entre setor produtivo e Ministério do Meio Ambiente por políticas que complicam produção rural no Brasil. Compartilhe: Clique para compartilhar no Facebook(abre em nova janela) Facebook Clique para compartilhar no WhatsApp(abre em nova janela) WhatsApp Clique para compartilhar no LinkedIn(abre em nova janela) LinkedIn Clique para compartilhar no Telegram(abre em nova janela) Telegram

BATANEWS/O PRESENTE RURAL


Foto: Freepik

Parlamentares da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA) criticaram duramente a atuação do Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima durante audiência pública realizada nesta quarta-feira (2) na Comissão de Agricultura da Câmara dos Deputados (CAPADR). Convocada para prestar esclarecimentos, a ministra Marina Silva foi alvo de questionamentos sobre temas considerados sensíveis ao setor agropecuário.

Deputado Rodolfo Nogueira: “É preciso entender se houve legitimidade institucional àquelas pautas, o que nos preocupa profundamente” – Foto: Divulgação/FPA

O presidente da comissão, deputado Rodolfo Nogueira (PL-MS), cobrou explicações sobre a presença da ministra no Acampamento Terra Livre, realizado em abril. Para ele, a participação de uma autoridade de Estado em eventos que atacam o agronegócio compromete a neutralidade institucional. “É preciso entender se houve legitimidade institucional àquelas pautas, o que nos preocupa profundamente”, afirmou.

O deputado Evair Vieira de Melo (PP-ES) criticou a atuação do Ibama, classificando o órgão como uma “indústria da multa”. Segundo ele, os produtores rurais têm sido tratados com desconfiança, em vez de serem reconhecidos como parceiros na conservação ambiental. O parlamentar também questionou os critérios adotados para aferir os índices de desmatamento e defendeu mais equilíbrio entre preservação e segurança jurídica no campo.

Zé Trovão (PL-SC) trouxe à audiência dados da empresa suíça IQAir, que apontam o Acre como um dos estados com pior qualidade do ar no Brasil, com quatro cidades entre as mais poluídas. Ele relacionou o problema à falta de políticas públicas básicas, como o saneamento, e cobrou responsabilidade do governo federal. “Ministra, crianças morrem todos os dias no seu estado por falta de políticas públicas básicas. Isso é resultado de omissão ou de falta de vontade de trabalhar mesmo?”, questionou.

Outros parlamentares da FPA também demonstraram preocupação com o aumento das queimadas em 2024, a morosidade na liberação de defensivos agrícolas e a apreensão de gado em áreas embargadas, medidas que, segundo a bancada, afetam diretamente a produção agropecuária nacional e penalizam o produtor rural.

A audiência foi marcada por embates diretos e reforçou a insatisfação da FPA com a condução das políticas ambientais do governo federal. Os deputados defenderam a necessidade de maior diálogo e de uma atuação mais técnica e menos ideológica por parte do Ministério do Meio Ambiente.