Pecuária
Exportações sustentam preços do boi gordo em mercado de valorização contida
Demanda externa impulsiona o setor, enquanto o cenário interno mostra sinais de cautela
BATANEWS/CANAL RURAL
O mercado físico do boi gordo apresentou preços firmes ao longo da última semana, embora as altas tenham perdido força em comparação com o ritmo registrado até a primeira quinzena de junho.
De acordo com o analista da consultoria Safras & Mercado Fernando Iglesias, com os frigoríficos mais cautelosos, o movimento de valorização foi contido à espera da entrada mais expressiva de animais confinados via contratos a termo.
“O mercado ainda centra suas atenções nas exportações, com um desempenho bastante favorável, enquanto o mercado doméstico conta com suas fragilidades”, afirma.
Preços da arroba do boi gordo
- São Paulo: R$ 325 (alta de 1,56% frente aos R$ 320 da semana anterior)
- Goiás: R$ 305 (estáveis)
- Minas Gerais: R$ 305 (alta de 1,7% frente aos R$ 300)
- Mato Grosso do Sul: R$ 320,30 (alta de 1,56% em comparação aos R$ 315)
- Mato Grosso: R$ 320 (alta de 1,6% frente aos R$ 315)
Os preços da carne bovina ficaram estáveis durante a semana. “A reposição entre atacado e varejo segue mais lenta, como é comum na segunda metade do mês, o que pode pressionar os preços no curto prazo.”
Segundo Iglesias, além disso, há uma tendência de consumo por proteínas mais acessíveis, como frango, ovos e embutidos, o que reduz o ritmo de vendas da carne bovina no mercado interno.
As exportações de carne bovina in natura (fresca, refrigerada ou congelada) seguem como principal alicerce do mercado.
Nos primeiros dez dias úteis de junho, o Brasil embarcou 117,2 mil toneladas do produto, com receita de US$ 634,4 milhões — uma média diária de US$ 63,4 milhões, de acordo com a Secretaria de Comércio Exterior (Secex).
O desempenho representa crescimento de 47,6% na média diária de receita frente a junho de 2024, além de alta de 21,8% no volume médio exportado por dia e aumento de 21,2% no preço médio da tonelada, que ficou em US$ 5.411,40.