José de Souza Rodrigues, o 'Zezão da Farmácia': Uma história viva de Batayporã

BATANEWS/REDAçãO


Foto: Divulgação

Quando se fala em saúde, cuidado e generosidade em Batayporã, um nome é lembrado com carinho e respeito: José de Souza Rodrigues, mais conhecido como "Zezão da Farmácia". Por mais de 40 anos, Zezão exerceu a profissão de farmacêutico leigo na cidade, construindo uma relação de confiança e amizade com gerações de moradores.

Zezão chegou a Batayporã no início dos anos 1980, para trabalhar em farmácias na região. Logo se estabeleceu, não apenas como profissional, mas também como cidadão ativo na vida social e comunitária do município. Casou-se com Cecília Carducci Rodrigues, com quem construiu uma família sólida e amorosa. Da união nasceram dois filhos: Izabela Cristina Carducci Rodrigues e José Henrique Carducci Rodrigues. Hoje, ambos casados, deram a Zezão e Cecília a alegria de serem avós de seis netos, motivo de orgulho e fonte constante de felicidade.

Com o passar dos anos, ele abriu a sua própria Farmácia, “Farmácia Santa Terezinha”, em uma época em que o acesso a médicos era limitado e os recursos escassos, a farmácia do Zezão virou ponto de referência para a população. Era comum ouvir nas conversas de rua: “Antes de ir ao médico, vou ver o que o Zezão recomenda”. Essa confiança foi conquistada ao longo de anos de escuta atenta, orientações responsáveis e um atendimento sempre humanizado. Zezão não entregava apenas medicamentos. Ele entregava cuidado, acolhimento e esperança.

As histórias da farmácia são muitas, e algumas renderiam facilmente livros inteiros. Como lembra um amigo de longa data: “Esse Zezão é uma lenda viva. O cara está inteiro, novo ainda, mas não quer trabalhar mais. Se formos contar as histórias e presepadas dele, junto com o Luiz Carlos da rádio... Era direto! O LC ligava do orelhão em frente à Farmácia Santa Terezinha só pra ver o Zezão sair correndo pra atender... Aí ele desligava! Gostava de fazer isso, principalmente quando estava chovendo. Ele e os outros amigos dele aprontavam tanto que dava pra escrever uns dez livros.”

E as histórias não param por aí. Ele também era conhecido pelas “corridas” para atender os clientes que chegavam em peso. “Quando chegava o Zé Pardal (in-memorian), com a F-4000 lotada de gente dos Teixeiras, já sabíamos: 100% era cliente dele. Era tanto Doril, Cibalena, Neuvragina, Injeção na veia, vitaminas A, B, C, D, Biotônico, Fontoura, Sadol, Óleo de Peixe Elétrico, Gelol... Tinha até remédio pra não intoxicar. O Zezão orientava: ‘Vai no médico’. Mas o pessoal respondia: ‘Vou nada, tô bem... Só preciso de uns remedinhos’. Assim eram os dias... Em meio a boas conversas e muitas risadas.”

Paralelamente à sua atuação como farmacêutico, Zezão também sempre esteve presente na vida social de Batayporã. Foi um dos fundadores do Rotary Club local, além de ser figura ativa no Batayporã Tênis Clube e em outros grupos organizados da cidade. Sua presença era marcada pelo espírito de solidariedade e pelo desejo constante de contribuir com o desenvolvimento social e comunitário.

Mesmo após encerrar suas atividades na farmácia, Zezão permanece como uma referência viva. Até hoje, muitos ainda o procuram em busca de um conselho, uma orientação ou simplesmente para relembrar os tempos em que ele era, para grande parte da população, o primeiro socorro nos momentos de preocupação com a saúde.

Hoje Zezão mantém uma vida ativa, gosta de pedalar, frequentar o Conviver juntamente com a esposa, viajar, seja em cidades por perto ou para outros estados, ir a praia principalmente, visitar a filha em Três Lagoas-MS, isso quando não esta na casa do Henrique churrasqueando com os amigos.

A trajetória de Zezão da Farmácia vai muito além dos balcões de medicamentos. Ela faz parte da memória afetiva e da história social de Batayporã, sendo um exemplo vivo de dedicação, amizade e amor ao próximo.