Colheita da segunda safra de milho começa em MS com 79% das lavouras em boas condições

BATANEWS/REDAçãO


Lavoura de milho no município de Rio Brilhante, onde estiagem ameaça produção (Foto: Lucimar Couto)

A colheita da segunda safra de milho já começou em algumas regiões de Mato Grosso do Sul, com 79,2% das lavouras avaliadas como boas, segundo o boletim semanal do projeto Siga-MS, da Aprosoja/MS (Associação dos Produtores de Soja e Milho do Estado). O levantamento foi fechado nesta terça-feira (17).

A área cultivada nesta safra é de 2,103 milhões de hectares, com produtividade média estimada em 80,8 sacas por hectare. A expectativa é colher 10,199 milhões de toneladas, um aumento de 20,6% em relação ao ciclo anterior.

Apesar do bom desempenho geral, a maior preocupação se concentra nas regiões sul e de fronteira, onde a estiagem e o frio representam riscos ao desenvolvimento das lavouras.

Panorama Regional

Na região sul-fronteira, que abrange municípios como Aral Moreira, Amambai, Coronel Sapucaia e Sete Quedas, 18% das lavouras foram classificadas como ruins – o maior índice do estado. Técnicos do Siga-MS alertam para os riscos de estiagem, vendavais e geadas. A incidência de pragas e doenças é considerada baixa a média.

A região oeste, com destaque para Maracaju, onde estão 262 mil hectares de milho, tem 90% das lavouras em boas condições. O principal desafio por lá também é o risco climático.

Na região centro, Sidrolândia lidera com 181 mil hectares plantados. Por lá, 10% das lavouras foram avaliadas como ruins, com média incidência de pragas e ervas daninhas.

A região sul, que inclui Dourados e Ivinhema, apresenta um cenário mais favorável: apenas 1% das lavouras estão em condições ruins. Dourados é o maior produtor, com 173,9 mil hectares.

No sudoeste, que reúne municípios como Ponta Porã e Laguna Carapã, 5% das lavouras foram consideradas ruins, enquanto 79% seguem boas. O clima segue como fator de atenção.

Já a região sudeste, com cidades como Naviraí e Nova Andradina, registra 8% de lavouras ruins e 32% regulares. Naviraí tem a maior área plantada, com 66 mil hectares.

Na região norte, São Gabriel do Oeste lidera com 81 mil hectares. O boletim aponta 89% das lavouras em boas condições, com risco moderado de estiagem e ventos fortes.

Por fim, o melhor desempenho foi observado na região nordeste, que inclui Costa Rica e Chapadão do Sul. Lá, 93% das lavouras são consideradas boas.

Redução de área e diversificação de culturas

Um dado que chama a atenção é a redução da área de milho sobre a soja. Em 2025, o milho ocupa 47% da área que anteriormente era dedicada à soja – um recuo expressivo frente aos 75% de anos anteriores. Segundo a Aprosoja, o motivo é o aumento do custo de produção e as adversidades climáticas, que têm levado produtores a diversificar suas lavouras.

Fatores que influenciam a classificação das lavouras

As lavouras são classificadas como boas, regulares ou ruins com base em critérios como incidência de pragas, doenças, estande de plantas e aparência geral da lavoura.

  • Boas: plantas saudáveis, bom desenvolvimento e produtividade garantida.

  • Regulares: alguns problemas pontuais, mas com potencial razoável de colheita.

  • Ruins: alta infestação de pragas, falhas no estande, amarelamento precoce e perda significativa de produtividade.

A colheita deve seguir até o fim de agosto, com o pico previsto para julho.