General Mourão vai ao STF depor em ação que apura a trama golpista

A Corte vai ouvir, além do ex-vice-presidente, outras oito testemunhas, entre elas estão Aldo Rebelo, ex-ministro de Dilma, e Marcos Olsen, atual comandante da Marinha

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O vice de Bolsonaro, general Mourão, foi poupado na denúncia da PGR, mas terá que testemunhar ao STF sobre o tema. Foto: Alan Santos/PR

O general Hamilton Mourão vai depor nesta sexta-feira 23 ao Supremo Tribunal Federal como testemunha de defesa de um dos réus na ação penal que apura a trama golpista. Ele foi convocado a pedido do general Augusto Heleno.

A dupla de fardados ocupou fileiras importantes no governo de Jair Bolsonaro (PL): Mourão, hoje senador, era vice-presidente do ex-capitão durante o planejamento do golpe; Heleno foi ministro de Bolsonaro, terminando o mandato como chefe do Gabinete de Segurança Institucional.

Mourão, apesar do papel importante no governo, foi poupado na lista de denunciados pela Procuradoria-Geral da República. O militar, alvo de desconfiança de Bolsonaro, teria sido escanteado durante a trama.

Recentemente, ao tratar sobre o assunto, o general minimizou a empreitada que pretendia fazer com que o ex-presidente fosse mantido no poder e chamou o plano revelado de ‘bobagem’ e ‘sem pé nem cabeça’. Mourão alega que as tropas não ‘partiram para a ação’ e, por isso, não há do que se falar em crime. Juristas e ministros discordam da tese.

Ao todo, nove testemunhas devem ser ouvidas nesta sexta. Além de Mourão, o STF vai colher os depoimentos do atual comandante da Marinha, Marcos Olsen, e até de um ex-ministro de Dilma Rousseff. Veja a lista completa:

A ação penal em que os depoimentos são tomados apura a existência de uma organização criminosa que tramava um golpe de Estado para manter Bolsonaro no poder, mesmo após a derrota eleitoral. A facção era, segundo a denúncia da PGR, dividida em núcleos, que dividiam tarefas com o mesmo objetivo: impedir a posse de Lula (PT), eleito em 2022. O plano previa, além do golpe, a prisão e até o assassinato de autoridades.

Neste momento, o STF se debruça sobre os integrantes do núcleo 1, o grupo que, de acordo com a denúncia, planejava e ordenava todas as ações da trama. Bolsonaro seria o líder desta parcela de investigados – e tinha gerência sobre toda a estrutura da organização. Outros sete réus fazem parte desta etapa de investigação, são eles:

Os depoimentos desta fase da ação penal começaram na segunda-feira. Até aqui, as declaração mais importantes foram dadas pelos ex-chefes das Forças Armadas durante o governo Bolsonaro. Os fardados confirmaram, entre outras coisas, a participação de Bolsonaro na trama.