Quando nos referimos aos trabalhos no campo de Mato Grosso do Sul ou pelo País, é inevitável não destacar a importância dos maquinários agrícolas. Só no ano passado, as vendas das máquinas, entre tratores e colheitadeiras, subiram quase 20%, quando somaram, de janeiro a dezembro, 67,4 mil unidades. Mas apesar do bom resultado em 2022, MS começa o ano com recuo nas vendas.

Segundo Álvaro Fialho, diretor da empresa Comak Tratores, apesar dos bons resultados no ano passado, todo primeiro do ano, o movimento é menor em virtude da falta de recursos de financiamentos bancários. “O produtor rural ainda não sabe se vai haver uma linha de financiamento com taxas de juros mais atrativas do que temos hoje ou não. Mesmo assim os negócios estão acontecendo, eles precisam dos equipamentos e por isso que estamos entrando com uma linha de financiamento próprias dos banco”, explica ao Grupo Feitosa de Comunicação.

Com indicação de queda nas vendas de máquinas agrícolas para 2023, MS segue o cenário nacional e projeta recuo no volume de vendas. Segundo a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), a retração é de 3,5%, no comparativo com o ano anterior.

Ele ainda detalha que isso acaba facilitando muito a vida do produtor que depende de um maquinário novo. “Podemos vender desde o juro zero com prazo de 12 meses, até uma taxa de 12,5% ao ano para a compra de um maquinário em cinco anos. Isso acaba colaborando para ele trabalhar com o equipamento e fazer a reserva para fazer o pagamento do trator”, esclarece.

Mas antes de fazer qualquer compra é necessário se atentar as regras para não ter prejuízos no futuro. “Não adianta vender um trator maior que se precisa. Você vai pagar mais caro, vai ter um consumo de diesel maior e é por isso que temos um processo consultivo, em que os vendedores vão até os clientes”, detalha.

O tamanho da propriedade, assim como as condições em que ela se encontra, se relacionam diretamente com a produtividade das máquinas. Por isso é preciso saber identificar quais equipamentos são os mais compatíveis e adequados para suprir as necessidades do terreno.

Escolher uma máquina agrícola inadequada pode gerar gastos maiores com combustível, dificuldade nas operações e frustração dos operadores, implicando em grandes despesas e prejudicando os lucros do seu negócio.

Agora em relação a durabilidade dos maquinários, Álvaro explica que isso depende de caso para caso. “Falando especificamente de tratores, se pegarmos de pecuária, os maquinários tem uma durabilidade de 10, 15 ou 20 anos. Agora já na agricultura, a renovação acontece mais rápido, pois a demanda de tecnologia é maior, e por isso a vida util é de cinco a 10 anos. E por fim silvicultura de eucalipto, o ambiente onde o trator trabalho é mais agressivo e por isso durabilidade é de três a cinco anos”, detalha.

Só em dezembro do ano passado, foram entregues pouco mais de 6 mil máquinas aos produtores rurais, um aumento de 17% sobre novembro e 5,6% acima do volume registrado no mesmo mês do ano anterior.

A Crítica/Carlos Ferreira