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Tailândia e Camboja acertam cessar-fogo após cinco dias de batalha
DANIAL AZHAR E HUEY MUN LEONG REPóRTERES DA REUTERS
Os líderes do Camboja e da Tailândia concordaram com um cessar-fogo nesta segunda-feira (28), com efeito a partir da meia-noite, em uma tentativa de pôr fim ao conflito mais letal em mais de uma década, após cinco dias de combates intensos.
Em meio a um esforço internacional para acabar com o conflito, os líderes dos dois países mantiveram conversações na Malásia, tendo como anfitrião o primeiro-ministro Anwar Ibrahim, atual presidente do bloco regional Associação de Nações do Sudeste Asiático (Asean), onde ambos os lados concordaram em interromper as hostilidades e retomar as comunicações diretas.
Anwar disse, em uma coletiva de imprensa ao lado dos líderes da Tailândia e do Camboja que haverá 'um cessar-fogo imediato e incondicional com efeito a partir da meia-noite de hoje. Isso é definitivo'.
Os vizinhos do Sudeste Asiático se acusam mutuamente de iniciar os combates na semana passada, antes de aumentá-los com bombardeios de artilharia pesada e ataques aéreos tailandeses ao longo de sua fronteira terrestre de 817 quilômetros de extensão.
Anwar propôs conversações de cessar-fogo logo depois que uma longa disputa de fronteira virou conflito na quinta-feira (24), e China e Estados Unidos também se ofereceram para ajudar nas negociações.
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, telefonou para os dois líderes no fim de semana pedindo que resolvessem suas diferenças, alertando que não fecharia acordos comerciais com eles, a menos que acabassem com a luta.
A tensão entre a Tailândia e o Camboja se intensificou desde a morte de um soldado cambojano durante um breve conflito no final de maio.
Os dois lados reforçaram as tropas na fronteira em meio a uma crise diplomática de grandes proporções que levou o frágil governo de coalizão da Tailândia à beira do colapso.
'Esperamos que as soluções que o primeiro-ministro Anwar acaba de anunciar estabeleçam uma condição para avançarmos em nossas discussões bilaterais, a fim de retornarmos à normalidade do relacionamento e como base para a futura redução da escalada das forças', disse o primeiro-ministro do Camboja, Hun Manet.
O premiê interino da Tailândia, Phumtham Wechayachai, que anteriormente havia expressado dúvidas sobre a sinceridade do Camboja antes das negociações na Malásia, afirmou que a Tailândia concordou com o cessar-fogo que 'será realizado com sucesso e de boa fé por ambos os lados'.