Nove funcionários do frigorífico Norte S.A, localizado em Pedro Juan Caballero, precisaram ser socorridos na tarde deste sábado (26) após apresentarem sintomas de intoxicação por amônia. Entre os afetados estão duas mulheres grávidas. Eles foram encaminhados ao Instituto de Previdência Social (IPS) da cidade.

Segundo a médica Mercedes Benítez, os pacientes chegaram à unidade com dores de cabeça, náuseas, vômito, falta de ar e alguns chegaram a desmaiar ainda nas dependências do frigorífico. Três já foram liberados, enquanto outros seis permanecem em observação, aguardando resultados de exames laboratoriais, ainda com sintomas de contaminação.

Apesar dos indícios e dos atendimentos médicos, o frigorífico divulgou uma nota oficial negando o vazamento de amônia. Segundo o comunicado, a movimentação de emergência teria sido causada por um treinamento de evacuação nas áreas de refrigeração. Ainda conforme a empresa, durante a simulação alguns colaboradores se exaltaram, apresentaram ataques de pânico e precisaram de assistência médica.

A nota reforça que “nenhum funcionário foi exposto a agentes químicos” e que o exercício faz parte dos protocolos de segurança da empresa. O frigorífico também destacou que a ação reafirma seu compromisso com a segurança dos trabalhadores e com a preparação para emergências.

Entretanto, relatos internos e a atuação do Corpo de Bombeiros e da Polícia Nacional, que foram acionados, mas teriam sido impedidos de acessar as instalações, geraram dúvidas sobre a versão oficial. Fontes ligadas à investigação informaram que o frigorífico poderá ser inspecionado nas próximas horas e que funcionários devem ser ouvidos pelas autoridades.

O que é amônia e por que ela é perigosa?

A amônia (NH₃) é um gás incolor, de odor forte e penetrante, amplamente utilizado na indústria de refrigeração e na produção de fertilizantes, explosivos, produtos de limpeza e alimentos processados. Em frigoríficos, é comum no funcionamento de sistemas de refrigeração industrial.

Embora eficiente, a amônia é altamente tóxica quando inalado em grandes concentrações. A exposição pode causar irritação nos olhos, nariz, garganta e pulmões. Em casos mais graves, pode provocar edema pulmonar, convulsões, desmaios e até morte, principalmente em ambientes fechados e mal ventilados.

Por isso, empresas que utilizam o composto devem seguir protocolos rígidos de segurança e responder prontamente a qualquer sinal de vazamento, sob risco de causar acidentes graves aos trabalhadores e ao meio ambiente.

Credito. Ponta Porã News