Política
Mendonça é relator em pedido de suspensão de audiência da trama golpista
Ex-assessor presidencial Filipe Martins contesta veto de Moraes a depoimentos de testemunhas em investigação sobre 8 de Janeiro
BATANEWS/PODER360
O ex-assessor presidencial Filipe Martins solicitou (PDF – 877 kB) a suspensão das audiências do processo que investiga a tentativa de golpe depois das eleições de 2022. O STF (Supremo Tribunal Federal) distribuiu o pedido ao ministro André Mendonça na 6ª feira (11.jul.2025). Eis a certidão de distribuição a Mendonça (PDF – 59 kB).
Martins, réu no chamado “núcleo 2' da denúncia da PGR (Procuradoria Geral da República), quer interromper as audiências até que seja julgado seu recurso contra decisão de Alexandre de Moraes. O ministro vetou (PDF – 361 kB) depoimentos do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e dos filhos dele, Eduardo (PL-SP) e Carlos (PL-RJ), além do ex-PGR Augusto Aras, indicados por Martins como testemunhas de defesa.
Além do veto a testemunhas, outros aspectos do processo, como a competência do STF para julgar o caso, a ausência de intimação de testemunhas de defesa e a falta de tempo para análise das provas também foram questionados pela defesa do ex-assessor, conduzida pelo advogado criminalista Jeffrey Chiquini.
A análise do pedido de liminar ficará sob responsabilidade de Mendonça. O ministro mantém suas atividades normais apesar do recesso do Supremo, que se estenderá até o final do mês.
O pedido busca especificamente a concessão de medida liminar para interromper as oitivas, programadas para 14 a 21 de julho, enquanto o recurso contra a decisão de Moraes não for julgado.
Em seu perfil no Instagram, Chiquini fez publicações para comemorar que o recurso foi entregue a um ministro que não é “suspeito'.
“Tivemos uma vitória importante na defesa do Filipe Martins. Pela 1ª vez, um recurso de um dos acusados da chamada trama golpista não caiu para um ministro suspeito', afirmou. Mendonça foi indicado ao STF por Bolsonaro.
Filipe Martins integra um grupo de 6 réus acusados de elaborar a chamada minuta do golpe, monitorar Moraes e articular ações com a PRF (Polícia Rodoviária Federal) para dificultar o voto de eleitores nordestinos nas eleições de 2022.