Messi x PSG é reencontro inédito após fim de relação polêmica

Meia argentino defendeu o Paris Saint-Germain por dois anos, sem conquistar a Champions, que era o maior objetivo do clube com sua contratação e disse: "Não estava feliz"

BATANEWS/GE


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Exaltado por sempre "ver o jogo" à frente dos rivais, Messi tem o costume de imaginar, antes de cada partida, o que gostaria de viver em campo. Alguns lances específicos ou mesmo cenários que acredita serem possíveis de acontecer. As visualizações desta semana, porém, carregam um peso inédito: o camisa 10 reencontrará um ex-clube pela primeira vez.

Paris Saint-Germain e Inter Miami, conduzido pelo craque argentino, enfrentam-se às 13h de domingo, em Atlanta, nos Estados Unidos, pelas oitavas de final da Copa do Mundo de Clubes.

Messi defendeu o PSG por duas temporadas, chegando em 2021, em uma das maiores transferências da história do futebol. Não por dinheiro, porque saiu do Barcelona sem custos ao time parisiense, mas pelo peso e movimento surpreendente no mercado.

Foi a primeira mudança de Leo em duas décadas de clube.

O investimento salarial, contudo, como parte de um elenco formado também por Neymar e Mbappé, fazia parte do projeto do PSG pelo sonho da então inédita Champions.

O sonho nunca se concretizou com o argentino, e Messi terminou deixando o clube, em junho de 2023, com três títulos, sendo dois Campeonatos Francês e uma Supercopa da França, mas ao longo de uma passagem marcada por desgaste interno, vaias da torcida e desabafos públicos.

Há três meses, inclusive, ele admitiu que não estava feliz no PSG.

– (Ir para o PSG) Foi uma decisão que tive que tomar porque precisei deixar o Barcelona. Foram dois anos em que eu não desfrutei, não estava feliz no dia a dia, no treinamento, nos jogos. Foi muito difícil para mim me adaptar a tudo – disse Messi, em entrevista a Apple Music, em fevereiro.

Entre altos e baixos na capital francesa, teve uma recepção histórica no Parque dos Príncipes, que se contrasta com as eliminações dolorosas na Champions. A primeira conquista da taça pelo PSG só aconteceu este ano, já sem Messi, Neymar ou Mbappé no time.

Esse cenário provocou críticas da torcida, que foram reforçadas em 2022 com a conquista do título mundial da Argentina, campeã da Copa vencendo a França. Messi, inclusive, em setembro do ano seguinte, já no Inter Miami, chegou a dizer que havia sido o único entre os 25 campeões do elenco argentino sem receber reconhecimento do próprio time.

Compreensível, contudo.

– Comemoramos com Messi em um treinamento e também no ambiente privado. Mas com todo o respeito: somos um clube francês – disse o presidente do PSG, Nasser Al-Khelaifi, em entrevista à RMC Sports na época.

Em meio às críticas, chegou em maio de 2023 o ponto de ruptura, quando Messi viajou sem autorização do clube para compromissos comerciais na Arábia Saudita e terminou multado.

No mês seguinte, por fim, o PSG anunciou sua saída ao término do contrato. Posto no radar de Inter Miami, Barcelona e Al Hilal, da Arábia Saudita, escolheu o clube norte-americano pela perspectiva de chegar em uma equipe nova para transformá-la.

Dois anos depois, Messi e PSG se reencontram pela primeira vez. O craque argentino, aliás, vivendo uma realidade no futebol distinta de outros momentos de carreira, com uma equipe mais modesta, recheada de velhos companheiros, como Suárez e Busquets, mas que tem dificuldades para fazer frente às maiores equipes.

Encara no domingo, portanto, possivelmente um dos maiores confrontos de sua história como clube.