Agronegócios
Agro tem que resolver o problema do desmatamento para melhorar imagem
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Para o agronegócio brasileiro melhorar a sua imagem no exterior é essencial reconhecer o problema do desmatamento no País, disse hoje o professor sênior de agronegócio do Insper, Marcos Jank, durante evento online promovido pela revista Exame. 'Hoje o desmatamento no Brasil alcança 1,5 milhão de hectares por ano; (esse índice) estava em 500 mil hectares/ano em 2015', disse ele no MM Talks Exame. 'Portanto, aumentou três vezes de 2015 para cá.' Desta forma, para Jank, se não houver uma ação concreta para reduzir a ilegalidade ambiental, com uma efetiva implementação do Código Florestal, fiscalização contra o desmatamento e regularização fundiária, 'não há comunicação que funcione lá fora', assinalou. 'Quando comunicamos algo, comunicamos ações', continuou. 'E temos de ter uma ação coordenada para reduzir ilegalidades; temos de respeitar o Código Florestal e, se houver desmatamento, tem de ser dentro do que permite o Código', disse o representante do Insper. Ele contou que viveu dez anos na Ásia e percebeu que, ali, a visão que se tem do agronegócio brasileiro é 'neutra'. 'Já na Europa é ruim', observou. 'Mas, em todos os casos, temos que cumprir a legislação brasileira e combater as ilegalidades.' Para Jank, se o Brasil resolver o problema do desmatamento, 'o que é fundamental para melhorar a imagem do agro brasileiro', terá tudo para 'ser um exemplo para o mundo e se beneficiar, no futuro, do mercado de carbono'. 'Temos uma capacidade extraordinária de absorver carbono no Brasil; temos muito mais oportunidades do que ameaças. E a nossa única ameaça hoje é o problema do desmatamento, que aumentou muito nos últimos anos' (Broadcast, 12/9/22)