Agronegócios
Brasil tem maior quebra da história na safra de soja
BATANEWS/REDAçãO BRASILAGRO
SOJA SECAGlobo Rural Eduardo Monteiro Divulgação
A nova previsão considera um cortede14,2 milhõesdetoneladas sobre a projeçãodejaneiro. Somando as perdas do Brasil às da Argentina e Paraguai, essa seria a maior quebra de safra de soja para a América do Sul
OBrasil, principal produtor e exportador globaldesoja,deve assistirnasafra2021/22 amaiorquebradahistórianacolheitadaoleaginosa, estimadaem 122 milhõesdetoneladas, após efeitosdaseca sobre estados do Sul e Mato Grosso do Sul, disse hoje (14) a consultoria Pátria AgroNegócios.
A nova previsão considera um cortede14,2 milhõesdetoneladas sobre a projeçãodejaneiro e está 23,64 milhõesdetoneladas abaixo do potencial produtivo esperado pela consultoria emdezembro, quando foi feito o primeiro levantamentodecamponas áreasdacultura.
“A variação no ano a ano está em apenas 10,8%, porém o mercado não olha isso, o mercado olha qual era a oferta projetadainicialmente e qual é a produção que se estima agora”, disse o diretordaPátria, Matheus Pereira, em vídeo a clientes.
“Aqui noBrasilestamos presenciando amaiorquebraprodutivadesafra, em valores absolutos,dahistória. A gente nunca teve tantaquebradesojaaqui no nosso país”, completou.
As previsões iniciais para estatemporadaeram otimistas porque houve um aumentode7%naárea, para 41 milhõesdehectares, segundo a Pátria. Além disso, o plantio foi iniciado no período ideal.
“Começamos com projeções estatísticasdeprodutividadee com base no aumentodeárea, indicando 138 milhõesdetoneladas.Depois, fizemos nosso levantamentodecampo e aumentamos a estimativa para 145 milhões emdezembro, que foi a máxima, antes dos cortes pelo La Niña”, acrescentou Pereira à Reuters.
Atualmente, o Rio Grandedo Sul é ondeestão concentradas as principais perdas, comquebrade52,3% ante o potencial estimado pela Pátria no começodatemporada, para 10,3 milhõesdetoneladas.
No Paraná, aquebraestá projetadaem 43,4%, para 12,06 milhõesdetoneladas, mostraram osdados.
Pereira também disse que como asojaaindaestá em fasedecolheita e a produtividadedetodos os estados não foi mensuradatotalmente, há possibilidadedenovas quedasnas projeçõesdeprodução.
“Tanto para oBrasil, quanto para a Argentinaaindatemos ajustes finos para serem feitos. Então, os 122 milhões esperados para asafrabrasileira têm um viésdebaixa.”
América do Sul
Em relação à Argentinae ao Paraguai, igualmente afetados pelo fenômeno climático La Niña, o diretor ressaltou que somando as perdasdestes países às doBrasil, estaria configuradaamaiorquebradesafradesojapara a América do Sul.
Deacordo com a Pátria, ao todo, os três paísesdeixarãodecolher 40,9 milhõesdetoneladas do grão em 2021/22, ante o potencial inicial para asafra.
“O cenário em solo argentino édecatástrofe generalizada… O grandepadrãodas lavouras que visitamosnaArgentinaou era ruim ou era péssimo”, afirmou o especialista.
Neste contexto, Pereira disse que “quebras recordes exigem patamares recordesdepreço” e cortesdedemanda, citando que este seria odesenho do mercado para atemporadaatual (Reuters, 14/2/22)