EUA consomem menos suco, anulam safra ruim no Brasil e preços derretem

BATANEWS/REDAçãO


EUA consomem menos suco, anulam safra ruim no Brasil e preços derretem

Legenda: Quebras de safras no Brasil estão sendo anuladas por consumo menor (Imagem: REUTERS/Paulo Whitaker) | Brasilagro

PorGiovanni Lorenzon

Todos os fatores vinham indicando altas consistentes nosuco de laranjadevido, especialmente, a duas safras bens ruins brasileiras, a que acabou e a próxima. Mas eis que se surgiu uma variável que derruba qualquer prognóstico quando se trata de destinos das exportações.

Como nos grãos, onde a China determina os rumos de qualquer balanço de oferta e demanda. No suco de laranja, são osEstados Unidos.

E o maior consumidor mundial da bebida saiu de maio com vendas internas fracas. Apesar do ritmo quase pós-pandemia da sociedade americana, 16% menor ficou o mercado, de acordo com aNielsen.

Nos quatro meses anteriores, também ficaram abaixo.

Daí então que os estoques globais entraram junho mais inchados. No Brasil, em relatório do dia 9, aCitrusBR, que reúne os players nacionais, informou inventários de 310,7 mil toneladas na safra 20/21, 14% acima do estimado em fevereiro, embora 34% menor que no mesmo período de 2020.

Desde então, o suco despencou na bolsa de soft commodities de Nova York, saindo dos 128,70 centavos de dólar por libra-peso para os 115 atuais, no vencimento julho, às 11h20 (Brasília).

Em análise da Fruit Processing, publicação internacional, o nível de suco de laranja concentrado congelado (FCOJ) nas câmaras frias dos grupos brasileiros está bem folgado acima das 250 mil/t consideradas estratégicas

No primeiro semestre da safra brasileira atual, de junho a dezembro, as exportações brasileiras também foram menores. E, portanto, tem um efeito carrego.

Para completar, oDepartamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA),há uma semana, elevou em mais 2% a safra da Flórida ante ao relatório anterior.

Cerca de 1 milhão de caixas a mais pode ser pouca coisa, totalizando 52,7 milhões, principalmente na comparação com o produzido lá na safra 19/20 (67,4 milhões), mas o somatório dos fatores (sic) ajudam a tirar preços em Nova York.

Para o Brasil, a boa notícia é para a safra 21/22 os estoques serão menores e a safra será também de baixa, depois de tantos meses de seca em 2020 e 2021 (Money Times, 21/6/21)