Pecuária
Guzerá na carne premium: raças além do angus surpreendem nos cruzamentos
Guzerá pode ser alternativa para pecuaristas que buscam carne de qualidade com boa adaptação a pasto e rusticidade tropical. Assista ao vídeo
BATANEWS/CANAL RURAL
A procura por carne premium está transformando a estratégia de muitos pecuaristas brasileiros, inclusive com a raça zebuína Guzerá. Quer diversificar seus cruzamentos e otimizar a produção de carne premium com Guzerá? Assista ao vídeo e confira as dicas.
No quadro “Giro do Boi Responde”, o zootecnista Alexandre Zadra, especialista em genética e cruzamento industrial, respondeu à dúvida de Valdeir Ferreira, produtor de Patrocínio (MG), sobre como usar suas matrizes Guzerá para produzir carne de qualidade superior sem depender apenas do tradicional cruzamento com Angus.
Zadra destacou que o Angus ainda é a principal referência quando se fala em marmoreio e maciez, mas há outras raças taurinas — inclusive asiáticas — que podem elevar ainda mais a qualidade da carcaça.
A chave está em combinar boa genética com manejo nutricional adequado, principalmente quando se busca mercado gourmet ou programas certificados.
Se o objetivo é elevar o grau de marmoreio, duas raças ganham destaque:
Essas raças podem ser usadas em cruzamentos com matrizes meio-sangue Angus, resultantes da primeira geração entre Guzerá e Angus.
Essa estratégia potencializa os ganhos de qualidade sem comprometer a adaptabilidade e a rusticidade do rebanho.
Zadra chama atenção para o valor da fêmea meio-sangue Angus, considerada por ele a “rainha da pecuária”.
Além de boa precocidade sexual e fertilidade, essa matriz pode produzir bezerros de alto valor genético e, em seguida, ser abatida com qualidade, atingindo os padrões exigidos por programas de carne de alta performance.
Com isso, o pecuarista consegue:
Para atingir o chamado “marmoreio grill”, com gordura entremeada visível e sabor diferenciado, a recomendação de Zadra é clara:
Esse planejamento exige dedicação à nutrição, já que o marmoreio depende diretamente da oferta energética prolongada no cocho.
Além do fator genético, a alimentação de precisão e o tempo de confinamento adequado são cruciais para expressar o potencial do marmoreio.
As raças Wagyu e Akaushi também oferecem boa adaptação ao frio, e, mesmo sem conforto térmico adicional, respondem bem ao manejo nutricional no cocho, ganhando peso com eficiência.
Com essa estratégia, o pecuarista consegue:
Para quem busca inovação na pecuária de corte, o cruzamento do Guzerá com taurinos de alto marmoreio representa uma oportunidade rentável e sustentável.