O Morenão, um dos maiores símbolos do futebol sul-mato-grossense, voltou ao centro das discussões na terça-feira (18), durante uma audiência pública realizada para debater a situação dos estádios de futebol na Capital. O Estádio Pedro Pedrossian, fechado há mais de uma década, segue sem previsão concreta de reabertura.

O encontro reuniu autoridades, dirigentes de clubes e representantes da sociedade civil. E o assunto, como era esperado, gerou polêmica.

Operário Cobra Foco no Jacques da Luz

Uma das falas que mais chamou atenção veio do diretor do Operário Futebol Clube, Gildo Andrade. Durante sua participação, Gildo foi direto ao afirmar que, na visão da atual diretoria, o Morenão, apesar de seu valor histórico, não é prioridade no momento.

Ele defendeu que as atenções e investimentos sejam direcionados ao Estádio Jacques da Luz, no bairro Moreninhas, que hoje recebe a maioria dos jogos da equipe.

“O nosso futebol hoje não tem atrativo suficiente para justificar o uso do Morenão. O foco agora deve ser o Jacques da Luz, que é onde de fato conseguimos realizar os jogos com o mínimo de estrutura e segurança”, afirmou Gildo durante a audiência.

A declaração reforça um sentimento que vem ganhando espaço entre dirigentes locais: a estrutura é importante, mas o verdadeiro problema é a falta de um futebol competitivo, que atraia o torcedor de volta aos estádios.

Problemas Estruturais e Falta de Público

Interditado desde 2014 por problemas de segurança e estrutura, o Morenão passou por algumas tentativas de reforma ao longo dos anos, mas nenhuma delas foi suficiente para atender as exigências legais para reabertura ao público.

Além disso, a falta de público nos últimos anos antes da interdição é outro ponto que levanta dúvidas sobre a real necessidade de um estádio de grande porte.

“Mesmo quando estava aberto, o Morenão vivia vazio em dias de jogo. O problema do nosso futebol é muito maior do que a falta de estádio”, comentou um torcedor que acompanhava a audiência.

O Desafio do Futebol Local

O debate expôs de forma clara uma realidade difícil: o futebol sul-mato-grossense enfrenta uma crise que vai além das estruturas físicas.

Sem clubes com calendário nacional forte, com campeonatos de baixo apelo e sem investimentos significativos na base, o cenário desanima tanto torcedores quanto os próprios dirigentes.

A audiência pública foi apenas mais um capítulo de um problema antigo. Enquanto o Morenão segue como um gigante adormecido, a pergunta que fica é: se o estádio fosse reaberto amanhã, ele realmente teria jogos e público à altura de sua história?