Policial
Minha mãe era meu xodó, diz filho de mulher morta após ter corpo queimado
Mulher foi assassinada após rejeitar proposta de relacionamento do autor, que foi preso em flagrante
BATANEWS/CGNEWS
Eliana Guanes, de 59 anos, morreu na Santa Casa de Campo Grande após ter cerca de 90% do corpo queimado em um ataque brutal ocorrido na zona rural de Corumbá, no Pantanal da Nhecolândia, área de difícil acesso. O suspeito, Lourenço Xavier, de 54 anos, capataz da fazenda onde a vítima trabalhava desde 2022, foi preso em flagrante pelo crime, caracterizado como feminicídio.
O filho de Eliana, de 29 anos, falou emocionado sobre a perda. “Minha mãe era meu xodó e eu era o xodó dela”, disse. Viúva há 17 anos, Eliana trabalhava como camareira na propriedade e já havia sofrido episódios de assédio no local, conforme relatado pelo filho. Ele conta que alertava a mãe sobre os riscos da função devido a desavenças frequentes envolvendo outros trabalhadores, alguns em estado de embriaguez.
Segundo o delegado responsável pelo caso, o crime teria ocorrido após a vítima recusar uma proposta de relacionamento feita pelo capataz. “Ele não aceitou o ‘não’ e, por esse motivo, ateou fogo nela. Por esse menosprezo à condição da mulher, o crime é feminicídio, mesmo sem haver relação íntima ou familiar entre eles”, explicou.
O ataque aconteceu na tarde de sexta-feira (6), quando Lourenço jogou gasolina em Eliana e ateou fogo. A vítima foi socorrida por equipes do Corpo de Bombeiros que realizaram o primeiro resgate aéreo noturno da história na região do Pantanal, transportando a mulher em estado grave para a Santa Casa da Capital. Infelizmente, Eliana não resistiu às queimaduras e faleceu às 23h30.
Abalado, o filho lamenta a perda do único familiar próximo. “Meu irmão faleceu há três anos. Era só eu e minha mãe, o único laço de sangue que me restava. Agora que ela se foi, não tenho praticamente ninguém”, contou, acrescentando que enfrenta dificuldades financeiras para arcar com o velório, já que a família é distante.
O caso está sob investigação na Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário (Cepol) de Corumbá.