Dorival completa um mês de Corinthians em meio a turbulência; veja raio-x do início do técnico

Jogadores recuperados, segurança defensiva e eliminação precoce: treinador tem início movimentado, com crise política no clube, e ainda tenta colocar time nos trilhos

BATANEWS/GE


O anúncio da contratação de Dorival Júnior no Corinthians completou um mês nesta semana. Neste período de 30 dias, o treinador promoveu mudanças táticas, resgatou alguns jogadores que vinham com espaço reduzido sob o comando do antecessor Ramón Díaz e tentou blindar o elenco de uma crise política aguda - que culminou no impeachment do presidente Augusto Melo.

O ge, para registrar o primeiro mês, traz um raio-x com cinco tópicos que marcam o início da gestão de Dorival no comando da equipe alvinegra. Neste período, o treinador fez nove jogos e acumulou cinco vitórias, além de dois empates e duas derrotas. Em meio à turbulência, ainda houve uma eliminação precoce na fase de grupos da Copa Sul-Americana.

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Nove jogos, nove times

Dorival Júnior não repetiu escalação desde a chegada ao Corinthians. Nas nove partidas, o treinador usou nove formações diferentes. O motivo é simples: priorizar a parte física do elenco.

O treinador destacou mais de uma vez que dificilmente sacrificaria algum jogador nesta sequência, pegando como exemplo a atuação abaixo do time na goleada sofrida pelo Flamengo, ocorrida em uma sequência de jogos com praticamente a mesma formação.

– O principal é ter uma equipe recuperada em campo. Se entrássemos com uma equipe cansada com o Inter, provavelmente não teríamos o resultado que alcançamos. Fisicamente não alcançamos os resultados que queríamos – afirmou no início do mês.

Segurança defensiva?

Um dos principais motivos para a demissão de Ramón Díaz foi o desempenho defensivo do Corinthians na temporada. Neste primeiro recorte de trabalho, Dorival Júnior conseguiu apresentar bons números no quesito.

Em nove partidas, a equipe sofreu apenas seis gols, média menor do que um por partida. Com Ramón, anteriormente, o time sofreu 33 gols em 29 jogos durante o ano de 2025.

Reforços dentro do elenco

Em meio ao rodízio implantado, Dorival Júnior passou a dar mais oportunidades para atletas anteriormente preteridos por Ramón Díaz. Dois exemplos são os mais evidentes: Maycon e Cacá.

Com Dorival, Maycon assumiu uma condição de titular em partidas importantes, atuando mais recuado como um “camisa 5'. Já Cacá recuperou espaço no sistema defensivo.

Outro exemplo importante é Félix Torres. Marcado pelas expulsões na final do Paulistão contra o Palmeiras e no duelo contra o Racing-URU, o zagueiro foi reinventado pelo treinador.

Dorival passou a escalar o equatoriano em uma função de lateral-direito, na qual recebeu elogios. É Félix Torres a alternativa quando Matheuzinho não atua pelo time.

Poucos treinos

Neste período de um mês, Dorival Júnior encarou um jogo a cada três dias e teve pouco tempo de trabalho no CT.

Estima-se que o treinador contou com menos de dez sessões de treinos com todo o elenco à disposição. Tanto que a comissão técnica recorre a vídeos para acelerar o processo de organização tática do time.

Dorival encontrará o tempo desejado para trabalhar depois do jogo de domingo contra o Vitória, quando o Brasileirão irá parar para a realização da Data Fifa de junho.

Assinatura própria

Esqueça o losango consagrado por Ramón Díaz, alvo de críticas por outro lado pelo trabalho defensivo. Dorival chegou e mudou o desenho do Corinthians dentro de campo.

O time tem se portado na maioria dos jogos no 4-1-4-1, com Maycon mais recuado entre a linha defensiva e o meio-campo. Raniele, diferente da era Ramón Díaz, atua mais avançado, inclusive pisando na área.

– Ele tem coisas próximas de um meia que possa jogar mais a frente, não só como um volante posicionado. Ele tem coisas muito positivas do meio para frente que a gente possa aproveitar. É um jogador importante dentro do grupo – analisou.

Carrillo, destaque com Ramón Díaz, tem atuado bem aberto na direita na linha de meio-campo. Yuri Alberto, nesse período, acaba mais isolado no ataque. Os ajustes ainda são feitos jogo a jogo.

O treinador, por exemplo, ainda não contou com o trio Garro-Memphis-Yuri Alberto juntos. Os três vão jogar juntos somente depois da pausa para a Copa do Mundo, diante da lesão do camisa 9.