Dólar cai à espera de anúncio de tarifas contra o aço nos EUA; Ibovespa sobe

BATANEWS/REDAçãO VEJA


Dólar (Divulgação/Divulgação)

Em dia de liquidez reduzida e poucos catalisadores para os negócios, o dólar comercial encerrou em queda de 0,13% nesta segunda-feira, 10, cotado a R$ 5,78. Sem grandes novidades sobre o anúncio pelo presidente dos EUA, Donald Trump, de tarifas contra o aço, o Ibovespa fechou o pregão em alta de 0,76%, em 125.571 pontos.

No cenário internacional, o dia foi marcado pelas expectativas em relação às tarifas de 25% sobre importações de aço e alumínio impostas por Trump, na tentativa de executar mais um movimento protecionista. O tarifaço afeta o Brasil de forma direta, já que metade de todo o aço produzido no país é exportado para os EUA, um mercado de 6 bilhões de dólares em vendas. Em resposta, os papéis de siderúrgicas brasileiras registraram desvalorização hoje.

Segundo especialistas, a medida do republicano também pode impactar o setor de energia americano, que depende de graus especiais de aço que não são fabricados no país.

Mesmo assim, diante da falta de novidades em relação ao que já foi precificado pelos investidores, os mercados operaram em modo de trégua, com espaço para alta do Ibovespa e queda do dólar. Daqui para frente, analistas observam que será importante ver quais medidas serão de fato implementadas por Trump e o quanto disso vem em linha ao que já foi anunciado. No mês passado, o republicano fez alarde ao dizer que implementaria tarifas de 25% a todos os produtos importados dos vizinhos Canadá e México, porém, no início de fevereiro, anunciou a suspensão por um mês das medidas após “boas conversas” com os representantes dos dois países.

Ainda em relação ao tema das tarifas, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que o Brasil só irá se manifestar após a concretização das medidas comerciais. “O governo tomou a decisão de só se manifestar oportunamente com base em decisões concretas, não em anúncios que podem ser mal interpretados e revistos”, ressaltou hoje.

No mercado doméstico, a ameaça sobre o aço não abala a alta da bolsa, que é impulsionada pela valorização das commodities, como minério de ferro e petróleo. O avanço no índice também pode significar uma correção do mau humor dos investidores que tomou conta do pregão na sexta-feira. “Teve um certo exagero, tanto na desvalorização do real, como na queda da bolsa”, diz Alison Correia, analista de investimentos e co-fundador da Dom Investimentos.